“Só tem 10 mil mortos”, disse Osmar Terra
O ex-ministro da Cidadania e deputado federal bolsonarista, Osmar Terra (MDB-RS), defendeu o fim do distanciamento social e disse que “só tem 10 mil mortos com essa quarentena. Não seria pior se não tivesse”.
Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde demitido por Bolsonaro por defender as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), respondeu que “por trás de cada um dos 10.661 mortos tem uma família. Não são números”.
Durante um debate promovido pela Globonews, Osmar Terra disse que para ser pior, “só se tivesse um terremoto junto. Não existe estudo”. “A quarentena não garante nada. Só assusta”, disse.
Segundo Terra, que também é médico, “quando você fecha essas pessoas em casa, o vírus acaba indo para dentro de casa”. A OMS recomenda a quarentena para que as pessoas deixem de pegar e transmitir o vírus na rua, o que diminui a velocidade de contaminação e a necessidade de leitos de UTI, salvando vidas.
Luiz Mandetta (DEM-MS) defendeu que “se tiver 10 mil casos, 50 mil, e se tiver mais de 100 mil, [o isolamento social] vai continuar sendo [necessário]”.
“Tem economista aí que acha melhor que morra logo todo mundo que tem morrer para a economia voltar ao normal. Não é assim”, afirmou Mandetta.
O médico e ex-ministro explicou que o combate ao coronavírus e a luta para salvar vidas ainda durará bastante tempo. “Esse processo de subida vai atravessar o mês de maio e junho. Vai ter uma tendência conforme for o nosso comportamento a um certo platô no mês de julho e agosto, para começar uma descida na segunda quinzena de agosto e chegar em um ponto de melhora e equilíbrio em setembro”.
Osmar Terra já havia dito pouco mais de um mês atrás – sem nenhum estudo que comprovasse – que o número de mortos pelo coronavírus não iria ultrapassar o número de mortos da H1N1 (ao menos 2.100 óbitos em 2009). Agora já são 10.627 mortes.