Foi uma viagem patética que mostrou, mais uma vez, que o governo de Jair Bolsonaro não tem direção e transformou o combate à pandemia num delírio negacionista.
Ao invés de concentrar esforços na luta diária contra a doença e comprar vacinas, o presidente inventou uma missão diplomática para Israel, formada por nove membros do governo, incluindo seu filho ’03’, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), chefiada pelo chanceler Ernesto Araújo, para conhecer um medicamento antiviral chamado EXO-CD24, até agora mal testado e sem qualquer comprovação científica.
O spray nasal que fascina os bolsonaristas é uma espécie de nova cloroquina que Bolsonaro quer transformar em panaceia contra o coronavírus.
Apesar de suas pretensões científicas, no grupo brasileiro só havia dois médicos, Hélio Angotti Neto, do Ministério da Saúde, discípulo do guru Olavo de Carvalho, sujeito que ultraja a ciência diariamente, e Marcelo Marcos Morales, funcionário do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTIC).
Os demais integrantes da comitiva eram palpiteiros sem especialidades técnicas querendo beijar a mão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.