
“Criada em 1943 para colocar o trabalhador com jornada de trabalho, com direito a férias e muito mais coisas que nós sabemos”, disse o presidente, elogiando o líder Getúlio Vargas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (28), em Cachoeira dos Índios (PB), que a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) tirou o trabalhador da escravidão.
Esta é a segunda vez em uma semana que Lula defende realizações do ex-presidente Getúlio Vargas. No Dia da Indústria ele falou sobre o BNDES: “a coisa mais extraordinária que o Brasil criou”. Agora, ele defende a CLT, criada em 1943 e que garantiu direitos e conquistas aos trabalhadores.
“Só teve dois presidentes que tiveram preocupação com inclusão social. Um foi Getúlio Vargas quando criou o salário mínimo, em 1939, e quando criou a CLT, em 1943. Porque a CLT, que hoje muita gente não gosta e não quer trabalhar, tirou o trabalhador da escravidão para colocar ele com jornada de trabalho, com direito a férias e muito mais coisas que nós sabemos”, disse o presidente Lula.
Antes em Salgueiro, Pernambuco, o chefe do Executivo criticou os governos de Temer e Bolsonaro que destruíram o país e paralisaram obras importantes para o povo. “Eu aprendi que governar para os pobres nesse país exige que se use mais o coração nas decisões tomadas. Sempre que se quer fazer alguma coisa para os pobres, aparecem os “técnicos” para dizer que não pode, que é muito caro, que não há viabilidade econômica, etc”, denunciou Lula, ao falar da transposição das águas do rio São Francisco.
Lula participou da entrega do Marco 1 do Ramal do Apodi, que faz parte das obras da transposição do Rio São Francisco, no município de Cachoeira dos Índios (PB). A estrutura, que está 75% concluída e deve ser finalizada em outubro de 2026, tem 115,5 km de extensão. Mais cedo, em Salgueiro (PE), ele assinou uma ordem de serviço para duplicar a capacidade de bombeamento de água de uma estação da transposição São Francisco. No evento, ele falou da importância das construções e destacou o impacto da medida provisória do setor elétrico para a faixa da população mais pobre.
Durante a cerimônia em Cachoeira dos Índios, Lula voltou a defender a importância da transposição para o povo nordestino. “Essa obra é uma demonstração clara de que a natureza pode ser utilizada em benefício da população. Aqui o pessoal morria de fome, o gado morria de fome e ninguém dava jeito. Preferimos resolver esse problema e trazer água para que o povo trabalhe aqui, plante aqui, viva com sua família aqui”, declarou.
Lula afirmou ainda que a transposição foi a melhor decisão que tomou em sua vida política. “A transposição das águas do Rio São Francisco tinha como objetivo dar aquilo que Deus dá a todo mundo, que é um copo de água para beber para 12 milhões de pessoas que viviam no semiárido brasileiro. Mesmo com muitas vozes contrárias, era uma obra necessária e que vinha sendo prometida há 176 anos”, destacou.
Lula anunciou também, junto com a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos e do presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, a liberação de R$ 10 bilhões, de recursos do Finep, para financiamento de projetos industriais no Nordeste.
Os recursos virão do lançamento da Chamada Pública Nordeste – no âmbito da Política Nova Indústria Brasil (NIB). A chamada pública busca fomentar projetos inovadores nas áreas de Energias Renováveis, Bioeconomia (com foco em fármacos), Descarbonização (com foco em Hidrogênio Verde), Data Centers Verdes e setor Automotivo (incluindo máquinas agrícolas).
Também estiveram presentes na solenidade os ministros Rui Costa (Casa Civil), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) e Luciana Santos (Ciência e Tecnologia); a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra; os deputados federais Damião Feliciano, Gervásio Maia, Luiz Couto, Pedro Campos e Mineiro; além de prefeitos, parlamentares e lideranças estaduais.