CARLOS LOPES
Nietzsche resume a decadência ética que, depois, tornou-se corrente em certos meios. Mas também resume a decadência intelectual daqueles que substituíram qualquer pretensão à ciência por um discurso que somente não é totalmente vazio devido ao seu reacionarismo.
Porém, a decadência ética e a decadência intelectual – a rejeição da ciência, a negação da razão – talvez sejam a mesma coisa.
[UMA NOTA: Lembro de algumas discussões, não apenas com amigos, sobre a distinção entre ética e moral. Sem entrar no conteúdo dessas discussões, minha percepção é que, em geral, as distinções entre ética e moral são muito úteis para eludir problemas éticos – ou morais. Freud, em “O Futuro de uma Ilusão”, escreveu: “desprezo ter que distinguir entre cultura e civilização”. O mesmo podemos dizer da distinção entre ética e moral. Continuemos.]
Bem entendido, a decadência ética não existe porque alguns indivíduos supostamente “de esquerda” se converteram ao credo de Nietzsche ou de algum sub-Nietzsche (por exemplo, Michel Foucault). Nem porque a área de “humanas” das universidades, sobretudo nos países centrais, se transformou em receptáculo e difusora de sortidas modalidades dessa ideologia reacionária.
A bancarrota ética é um problema da luta de classes – com base econômica bastante precisa na degeneração do capitalismo em capitalismo monopolista. Se houve essa conversão para a direita na Sorbonne e outros estabelecimentos, foi em função da luta de classes fora da universidade. E não vice-versa.
Exatamente por isso, tem importância que Nietzsche tenha aparecido como paradigma “filosófico” acadêmico, após ter sido – nos anos que sucederam a II Guerra, mas até mesmo antes do nazismo – relegado aos estudos de psicopatologia (apenas sete anos após a morte de Nietzsche, Jack London, que era excessivamente otimista sobre sua obra, chamou-o, em “O Tacão de Ferro”, de “o filósofo louco do século XIX da Era Cristã”) ou ao culto de algumas igrejinhas e panelinhas especialmente ressentidas.
Depois disso, entretanto, houve até quem descobrisse um Nietzsche “de esquerda”, coisa mais difícil que um “Lula de esquerda”…
GREGOS
Não é uma novidade que, desde o seu primeiro livro, “A Origem da Tragédia”, o rigor conceitual – o rigor “explicativo”, que estabelece relações de causa e efeito, evitando a arbitrariedade no discurso -, assim como a realidade histórica, jamais tiveram alguma importância para Nietzsche.
Nesse sentido, é difícil – talvez impossível – encontrar um autor tão “pós-moderno” quanto ele. Predomina, sempre, em Nietzsche, aquilo que Hegel, na “Fenomenologia do Espírito”, chamou “o arbitrário do discurso profético”. E que tipo de profecias…
As categorias expostas nesse primeiro livro de Nietzsche – o “dionisíaco”, o “apolíneo”, o “socrático” – não conservam relação com a verdadeira Grécia antiga ou com a história da tragédia grega, exceto porque são palavras gregas, e por alguns acontecimentos recortados, aqui e ali, que servem de suporte para o que Nietzsche, arbitrariamente, quer introduzir sobre o presente.
Assim, “A Origem da Tragédia” é um panfleto dirigido contra Sócrates, concebido como a condensação do “espírito da ciência” – isto é, da razão contra o mero instinto “dionisíaco”.
Sócrates é um “decadente” (Nietzsche usa, em “Ecce Homo“, a palavra francesa, “decadent“) porque afirma o primado da consciência, da razão e da ciência:
“Se a tragédia antiga foi obrigada a sair do trilho pelo impulso dialético para o saber e o otimismo da ciência, é mister deduzir desse fato uma luta eterna entre a consideração teórica e a consideração trágica do mundo; e, só depois de conduzido a seu limite o espírito da ciência e de aniquilada a sua pretensão de validade universal mediante a comprovação desses limites, dever-se-ia nutrir esperança de um renascimento da tragédia (…). Nessa confrontação, entendo por espírito da ciência aquela crença, surgida à luz pela primeira vez na pessoa de Sócrates, na sondabilidade da natureza e na força terápica universal do saber” (F. Nietzsche, “O Nascimento da Tragédia”, trad. J. Guinsburg, 2ª ed., Cia. das Letras, 1999, p. 104, grifo do autor).
Ou, então:
“… é Sócrates o protótipo do otimista teórico que, na já assinalada fé na escrutabilidade da natureza das coisas, atribui ao saber e ao conhecimento a força de uma medicina universal e percebe no erro o mal em si mesmo” (idem, p. 94).
O que ele odeia em Sócrates (e em Eurípedes, de quem diz: “o seu princípio estético, ‘tudo deve ser consciente para ser belo’, é, como já disse, o lema paralelo ao princípio socrático: ‘Tudo deve ser consciente para ser bom’. Em consequência disso, Eurípedes deve valer para nós como o poeta do socratismo estético”) é que ele teria conduzido os gregos, e a Humanidade, a:
“… uma profunda representação ilusória – aquela inabalável fé de que o pensar, pelo fio condutor da causalidade, atinge até os abismos mais profundos do ser e que o pensar está em condições, não só de conhecê-lo, mas inclusive de corrigi-lo. Essa sublime ilusão metafísica é aditada como instinto à ciência, e a conduz sempre de novo a seus limites” (idem, p. 93, grifos do autor).
Que as diferenças entre a tragédia de Eurípedes, por um lado, e a de Ésquilo e Sófocles, por outro, assim como a evolução da filosofia grega, foram determinadas pelas mudanças na sociedade ateniense – ou grega, em geral – é algo que não cabe na mente de Nietzsche.
Pelo contrário, teria sido o pensamento de Sócrates, com seu “espírito da ciência”, que conduziu à decadência da Grécia e do mundo:
“Quem se der conta com clareza de como depois de Sócrates, o mistagogo [sacerdote-mestre] da ciência, uma escola de filósofos sucede a outra, qual onda após onda, de como uma universalidade jamais pressentida da avidez de saber, no mais remoto âmbito do mundo civilizado, e enquanto efetivo dever para com todo homem altamente capacitado, conduziu a ciência ao alto-mar, de onde nunca mais, desde então, ela pôde ser inteiramente afugentada, de como através dessa universalidade uma rede conjunta de pensamentos é estendida pela primeira vez sobre o conjunto do globo terráqueo, com vistas mesmo ao estabelecimento de leis para todo um sistema solar; quem tiver tudo isso presente, junto com a assombrosamente alta pirâmide do saber hodierno, não poderá deixar de enxergar em Sócrates um ponto de inflexão e um vértice da assim chamada história universal” (F. Nietzsche, op. cit., p. 94).
VERTENTE
Todo o veio principal da filosofia, desde Sócrates, passando por Aristóteles, até Kant, Hegel e Marx, é uma luta contra o arbitrário.
A própria obra inicial da filosofia clássica alemã, a “Crítica da Razão Pura” (1781), de Kant, é uma resposta à negação da causalidade por David Hume.
Hume afirmara, em 1748, que a relação de causa e efeito não pode ser estabelecida pelo pensamento, mas somente pela experiência. O que quer dizer, como consequência, que a mera sucessão de acontecimentos (ou de objetos) é o que chamamos de causalidade, sem que se possa provar nenhum nexo lógico – isto é, determinação – entre a suposta causa e o suposto efeito (v. D. Hume, “Investigação Acerca do Entendimento Humano”, trad. Anoar Alex, in “Hume”, col. Os Pensadores, Nova Cultural, 1996, sobretudo pp. 50 a 58).
Isso, é claro, tornava arbitrário o próprio conhecimento com base na experiência – que era a pedra de toque do pensador escocês.
Ao responder a Hume, Kant tornou o próprio conhecimento a questão central da filosofia – independente de considerarmos, hoje em dia, que suas soluções foram satisfatórias ou não.
Sobre esse último ponto, é necessário reconhecer que a concepção de Kant de que a “coisa em si” (a realidade objetiva, além dos nossos sentidos) existia, ainda que não pudesse ser conhecida, ainda que somente fosse possível conhecer a repercussão dela em nossos sentidos e consciência, era um avanço para a sua época, apesar de idealista, metafísica. Nas palavras de Lenin: “O traço fundamental da filosofia de Kant é que ela concilia o materialismo com o idealismo, sela um compromisso entre este e aquele, liga em um sistema único direções filosóficas heterogêneas, opostas. Quando Kant admite que às nossas representações corresponde algo que existe fora de nós, uma certa coisa em si, então Kant é materialista. Quando declara que esta coisa em si é incognoscível, transcendente, situada no além, Kant fala como idealista” (V.I. Lenin, “Materialismo e Empiro-Criticismo“, O.C., T. XIV, Akal, Madri, p. 188).
Já quando alguns autores contemporâneos, inclusive alguns supostamente marxistas (por exemplo, Louis Althusser), regridem à concepção de Kant, ainda que sob outras roupagens, estão apenas afundando em um atoleiro já superado na história da filosofia.
Porém, é contra a tradição que considera a atividade do ser – o pensar e a prática – como a fonte de conhecimento da realidade, estabelecendo nexos causais, e que, para além de Kant, considera o mundo concreto perfeitamente “escrutável” – isto é, possível de conhecer – que Nietzsche descarrega a sua bile.
Ele quer “regredir” a algo que julga anterior ao primado da razão em filosofia – mas que, muito provavelmente, jamais existiu, sendo mera utopia reacionária. A rigor, é mais uma degeneração do que uma regressão.
Resta saber por que, na segunda metade do século XIX, na fase de constituição dos monopólios, trustes e cartéis, a razão torna-se o alvo do – chamemos assim – pensamento reacionário.
O motivo é que a razão passa a ser uma inimiga do regime monopolista, do capitalismo monopolista, porque o próprio regime, o próprio modo de produção e sua superestrutura política, é cada vez mais irracional.
Para que não tenhamos de estender nossa argumentação sobre isso, lembremos apenas um exemplo prático: a I Guerra Mundial, que encerrou o chamado “período pacífico de desenvolvimento do capitalismo”, que vinha desde o fim da Guerra Franco-Prussiana e do esmagamento da Comuna de Paris (1871).
A I Guerra Mundial vale por todo um tratado sobre a irracionalidade do capitalismo monopolista. O nazismo, posteriormente, iria mostrar que essa irracionalidade, com o tempo, se torna, se o leitor nos permite a expressão, cada vez mais irracional – mais aberrante, mais monstruosa.
RAÍZES
Daí, a substituição, nos ideólogos da época do capitalismo monopolista, do rigor pela arbitrariedade.
Nietzsche, que começou a escrever o seu primeiro livro durante a Guerra Franco-Prussiana, é um exemplo quase pioneiro. Só não o é, completamente, porque adotou essa concepção de Jacob Burckhardt, seu colega e mestre na Universidade de Basileia, assim como o anti-método, hoje tão vulgarizado, de tomar da história apenas o que lhe interessasse, isto é, o que correspondia aos seus interesses como ideólogo.
Assim, afirmações como: “… a humanidade certamente não representa uma evolução em direção a algo melhor, mais forte ou mais elevado. Este ‘progresso’ é apenas uma ideia moderna, ou seja, uma ideia falsa (F. Nietzsche, “O Anticristo – ensaio de uma crítica do cristianismo”, trad. André Díspore Cancian, 2002), não têm outro critério de validade, senão o de ser uma opinião de Nietzsche.
Nada mais.
Este seria um “método”, ou uma “concepção”, que Foucault levaria ao extremo. Toda a História, para este, é apenas uma questão de opinião: a sua.
A COMUNA
Há uma história sobre Nietzsche e Burckhardt, que, não sabemos se verdadeira – mas, se não é, deveria ser -, enfatiza o fundo real em que ele, como ideólogo, secretou seu irracionalismo:
“Friedrich Nietzsche estava se recuperando em Basileia, na Suíça, de uma doença que o atacara na Guerra Franco-Prussiana de 1870 (ao prestar serviço de assistência aos feridos do exército alemão), quando chegou-lhe uma terrível notícia. Em março de 1871 a população de Paris havia se rebelado contra o governo derrotado. Pior, os operários estavam pondo fogo nos grandes prédios públicos e depredando as obras de arte espalhadas pela capital francesa, entre elas a bela Coluna de Vendôme. Era a Comuna de Paris, que havia sido proclamada no dia 18 de março de 1871 (…).
“Foi um choque para ele. Ainda estonteado pelas informações que recebera, refugiou-se na casa do historiador da cultura Jacob Burckhardt (…), que igualmente estava desconsolado. Acreditaram os dois amigos que toda a arte ocidental estava ameaçada. Séculos de beleza estavam em vias de ser totalmente devastados pelo vandalismo das massas parisienses revoltadas.
“Os episódios da Comuna de Paris foram fundamentais para o acirramento das posições políticas de Nietzsche. Onde Karl Marx viu um momento de bravura popular, Nietzsche identificou o surgimento de uma nova barbárie que era preciso deter a qualquer custo. A Comuna será, pois, o ponto de partida para uma série de escritos que ele desenvolveu ao longo dos próximos vinte anos seguintes e que o colocaria ao lado dos antidemocratas, dos antissocialistas, e contra todo e qualquer tipo de pregação que visasse a igualdade, tornando-o um apologista da distinção” (Voltaire Schilling, Nietzsche: Em Busca do Super-Homem, AGE Editora, Porto Alegre, 2001, p. 19).
O estado de espírito de Nietzsche quando da Comuna de Paris foi confirmado por sua irmã e pelos diários de Richard e Cosima Wagner – assim como pelo próprio Nietzsche:
“Em um racconto introspectivo em seu Nachlass, Nietzsche reconhece que a primeira vez que chorou de impotência e raiva foi durante os acontecimentos da Comuna (KSA, VIII, 583). (…) em uma carta de 27 de maio de 1871 a seu superior acadêmico, seu padrinho Vischer-Bilfinger, ele explica que cancelou suas aulas na universidade no dia anterior por causa das notícias dos ataques iconoclastas proletários dos communards, e conclui dizendo que ‘foi o pior dia da minha vida’” (cf. Nicolás Alberto González Varela, Nietzsche y la Commune de Paris, Rebelión 03/09/2008).
Os operários de Paris, durante a Comuna, jamais colocaram fogo em prédios ou depredaram obras de arte. Quem fez isso foi a reação, ao reprimir a revolução – com o assassinato de 20 mil communards.
Mas a verdade jamais foi um critério para Nietzsche. Os preconceitos eram mais importantes.
LIVRE DA MORALIDADE
Esse tipo de concepção, em que a história real – a história coletiva dos seres humanos – deixa de ter importância, evidentemente, implicava (e implica) em um choque com a ética derivada dessa história real.
Em outro lugar, examinando a abordagem da doença mental, dissemos que “houve foucaultianos que pretenderam que seu mestre jamais quis fazer uma história factual da loucura, mas uma espécie de metáfora ou poema filosófico, mais ou menos no estilo de Nietzsche” (v. “O manicômio antimanicomial e o espírito de Juliano Moreira”).
Agora, cabe analisar se o próprio Nietzsche estava elaborando metáforas ou poemas sem relação com suas opiniões políticas – ou se estava expressando estas através daqueles.
Vejamos esse trecho:
O que é bom? – Tudo o que aumenta o sentimento de poder, o desejo de poder, o próprio poder no homem.
O que é mau? – Tudo o que vem da fraqueza.
O que é felicidade? – A sensação de que o poder está aumentando, de que a resistência está sendo superada.
Não a satisfação, ao invés, mais poder; não, em absoluto, a paz, mas a guerra; não a virtude, mas a proficiência (virtude no estilo renascentista, virtù, virtude livre da moralidade).
Os fracos e os fracassados devem perecer: o primeiro mandamento de nossa filantropia. E deveriam ser ajudados nisso.
O que é mais prejudicial do que qualquer vício? – A piedade para com todos os fracassados e fracos – o cristianismo… (F. Nietzsche, “Der Antichrist. Fluch auf das Christenthum”, Kapitel 2).
Esse trecho poderia ser encarado como um poema, mais ou menos do tipo daqueles que celebrizaram Lautréamont e seus “Cantos de Maldoror”?
Os nazistas – que, é verdade, não tinham muito gosto pela poesia – não acharam assim.
Aliás, nenhum nazista, até hoje, apresentou o poeta franco-uruguaio como seu ídolo. Quanto a Nietzsche…
Sobre isso, no trabalho que citamos, havíamos acrescentado uma nota:
“Desde o fim da II Guerra Mundial, sucessivos simpatizantes de Nietzsche atribuíram à sua pavorosa irmã, Elisabeth Förster-Nietzsche, a falsificação de textos em publicações póstumas – em especial, “A Vontade de Poder” – para contemplar o credo nazista. Elisabeth Förster-Nietzsche foi, realmente, uma nazista desde muito antes que o nazismo surgisse como força política – e foi muito promovida na Alemanha, após Hitler tomar o poder, quando aderiu ao seu partido. Mas é bobagem atribuir a suas falsificações a proximidade que os nazistas sentiam em relação a Nietzsche – e também Mussolini, que lia e relia seus livros no original alemão”, etc. (v. “O manicômio antimanicomial e o espírito de Juliano Moreira”).
Sobre a relação ideológica de Nietzsche com o nazismo, a filósofa libanesa Abir Taha fez uma contribuição importante em seu livro “Nietzsche, o Profeta do Nazismo: o culto do super-homem”:
“… os nazistas eram nietzschenianos puros [ao contrário da] opinião de alguns estudiosos que negam ou questionam qualquer relação entre as doutrinas nietzscheniana e nazista. (…) o Nazismo foi bastante influenciado pela filosofia nietzscheniana, especialmente seu conceito de Super-homem, dando-lhe uma dimensão política para ‘colocar Nietzsche em ação’ e transformar uma noção abstrata do culto do filósofo em uma realidade concreta. A S.S. (Schutzstaffeln ou “Esquadra de Segurança”), a elite racial e política alemã nazista, foi de fato uma instituição nietzscheniana autoproclamada de Übermenschen ou “super-homens”, que queria incorporar o conceito do Deus-homem.
“… Nietzsche, como os nazistas, clamam o renascimento do paganismo ariano, especialmente da tradição esotérica ariana antiga da Índia à Grécia, rejeitando a religião judaica do Cristianismo (…). Ambas as doutrinas reconhecem o Desejo de Poder como o motor da história; ambos louvam as qualidades e valores do Super-homem, glorificando a guerra e advogando uma visão de mundo radicalmente aristocrática. Tanto Nietzsche como o Nazismo desprezam a civilização judaico-cristã ocidental e seus dois produtos, o Liberalismo e o Socialismo, introduzindo uma ‘terceira opção’ – o radicalismo aristocrático – entre a ‘Democracia igualitária corrupta’ e o ‘Socialismo materialista do povo’. Além disso, os dois defendem a supremacia de uma ‘Raça Superior’ ariana universal, transcendendo as fronteiras dos estados e das nações; e, finalmente, Nietzsche e os nazistas eliminam o judeu ‘decadente’ da civilização, considerando-o um estranho à ordem natural, uma encarnação da Moral dos Escravos” (Abir Taha, op. cit., trad. Caroline Furukawa, Madras, 2007, pp. 9-10).
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