Que ninguém se iluda.
Quando Haddad diz que vai combater a desigualdade social, distribuir a renda e garantir aumentos reais de salários, ele está repetindo o estelionato eleitoral que reelegeu Dilma em 2014 – mas que também a derrubou poucos meses depois.
Ele sabe que não vai cumprir nenhuma dessas promessas.
O que Haddad vai fazer é retomar o ajuste neoliberal que Dilma estava realizando e procurar coroá-lo com a reforma da Previdência que Temer não conseguiu emplacar.
O combate à desigualdade vai ficar para depois do “equilíbrio fiscal” que o PT pretende obter às custas de mais aperto dos cintos dos trabalhadores e aposentados.
Na cartilha do adesismo petista ao projeto neoliberal, a distribuição da renda não está descartada, mas deve ser convenientemente adiada. O lema é concentrar a renda hoje para poder distribuí-la amanhã… É a mesma “dialética” segundo a qual é necessário tolerar a corrupção hoje para que a honestidade possa prevalecer amanhã.
É possível encontrar discursos capazes de suscitar mais ódio do que esse, mas em matéria de nojo há que convir que ele é inigualável.
(SÉRGIO RUBENS)