PAULO RAMOS DERENGOSKI*
Há 73 anos, em abril de 1945, a 10ª Divisão de Montanha Americana e um Corpo do Exército Francês ainda estavam bloqueados nos Apeninos italianos, na guerra contra o nazismo.
Seguindo ordens do Estado Maior Aliado, a Força Expedicionária Brasileira por determinação do 11º Regimento de Infantaria (coronel Jurandir Mamede), no dia 12 de abril, destacou três pelotões Especiais (de choque) para fazer reconhecimento inimigo na Cota fortificada 747 (metros).
O Primeiro Pelotão era comandado pelo Sargento (Paraná-Catarina de Rio Negro), Max Wolf, um líder nato e ídolo dos pracinhas. Entre outros poucos, ele destacou os catarinenses, Sergílio de Souza, Armindo Cetto, Raul C. Ferreira, Afonso Cruz Waldomiro da Costa e Pedro Silva.
Às 13 horas do dia 12 de Abril, o Sgto. Max Wolff, corajoso, foi rasgado por uma rajada de metralhadoras alemãs ao tentar tomar uma casamata. Ainda tentou se arrastar, mas levou outra rajada. Alguns pracinhas tentaram remover seu corpo, mas foram feridos.
Outros pelotões (tenentes Ari Rauen e Iporan) prosseguiram no reconhecimento, sob intenso fogo. Graças a essas informações, na noite de 13 para 14, o Batalhão do Coronel Remagem ocupou a Cota 808 e tomou a direção de Montese e Monteforte. Às seis horas da manhã, a artilharia brasileira abriu foto sobre as linhas identificadas. Logo, o coronel Mamede desencadeou o grosso da tropa do 11º regimento sobre Montese, utilizando tanques e ocupando toda a área sob fogo.
O jornalista Egydio Sueff, então correspondente de “O Globo”, escreveu: Montese já não existe. Nenhuma casa ficou intacta. É uma vila deserta, em ruínas. Manchas de sangue assinalam a violência da batalha. Mesmo após a ocupação, os alemães continuam a bombardeá-la. Até o cemitério está resolvido por bombas. Foi um combate de casa em casa”.
No dia 19 de abril de 1945, na região de Fornovo, ao saber do fim de Hitler, a 148ª Divisão Alemã e remanescentes dos Panzer Granadier, veteranos na Rússia, sob o comando do general Otto Freitter-Picco arrojou a frente ao pó e assinou um Termo de Rendição Incondicional ao Comando Brasileiro, entregando as armas e mais de 14 mil homens.
*Paulo Ramos Derengoski é jornalista e escritor