“A morte de milhares de crianças é chocante”, disse em Paris o ex-chanceler em conferência em Paris, organizada pelo presidente da França. Amorim pediu cessar-fogo imediato e defendeu a criação do Estado Palestino ao lado de Israel
O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, embaixador Celso Amorim, condenou o morticínio provocado por Israel na Palestina em discurso na Conferência Humanitária Internacional pela População de Gaza, coordenada pelo presidente francês, Emmanuel Macron.
“A morte de milhares de crianças é chocante. A palavra genocídio inevitavelmente vem à mente”, disse, em discurso, o ex-chanceler brasileiro nesta quinta-feira (9).
Ao iniciar seu discurso na conferência, Amorim lembrou as palavras de Lula: “inocentes não podem pagar pela insanidade da guerra”.
O ex-ministro fez uma forte defesa da ação internacional em favor da população civil na Faixa de Gaza. “A ação internacional em favor da população civil de Gaza é urgente”, cobrou Amorim.
Celso Amorim lembrou que a reação do Hamas contra Israel faz parte de um conflito maior, de 75 anos, “cuja raiz é a ausência de um lar seguro para o povo palestino”. O ex-chanceler disse que o Brasil condena as ações de 7 de outubro, mas que não “justificam o uso de força indiscriminada contra civis” por parte de Israel.
Ele defendeu que a solução para o conflito região só é possível justamente com o “reconhecimento de um Estado palestino viável, vivendo lado a lado com Israel, com fronteiras seguras e mutuamente reconhecidas, é a única solução possível”.
“Um cessar-fogo humanitário é essencial. Passagens seguras e desimpedidas para a entrada de ajuda humanitária em benefício de hospitais, escolas e creches devem ser respeitadas. A saída dos feridos deve ser garantida”, propôs.
Amorim afirmou que é “profundamente perturbador que quase cem membros da equipe da ONU tenham perdido a vida em Gaza”.