Alí Domínguez, jornalista formado pela Universidade Bolivariana da Venezuela e que integrava setor da juventude do chavismo que discorda do governo de Maduro, estava desaparecido desde 28 de fevereiro e faleceu no dia 6 de março. Domínguez foi atingido várias vezes na cabeça apresentando desde fratura no crânio até perda de dentes. Estava com 27 anos.
Ele havia desaparecido no dia 28 de fevereiro depois de participar de uma reunião nacional com diversas entidades onde se discutiu a proteção aos direitos humanos na Venezuela, informa matéria publicada pelo portal Aporrea.
Desde o dia 3 de março, familiares e amigos organizaram um tuitaço com a etiqueta: #QueApareçaAliDominguez, para exigir seu paradeiro. O senhorio da casa que Dominguez alugava no distrito de Petare, afirmou que foi a primeira vez que ele, ao não regressar à casa, deixa de avisar. Ele vive aí desde os 15 anos de idade quando veio a Caracas, para prosseguir nos estudos.
A Polícia Nacional Bolivariana (PNB), em Petare, negou-se a receber a denúncia de seu desaparecimento e pediu aos familiares que se dirigissem aos órgãos de inteligência.
Os porteiros do hospital Domingo Luciani não permitiram em nenhum momento o ingresso de seu irmão (Jesús Domínguez) nem o de amigos, o que foi tentado várias vezes, sobretudo no domingo, dia 3, e na segunda, dia 4. Diziam que não havia “pacientes desconhecidos” no hospital.
Finalmente, o irmão de Alí Domínguez conseguiu visitá-lo e identificá-lo, no dia 5 de março. Ali estava em coma com traumatismos cranianos graves Também tinha fratura nasal e perda de dentes.
O médico que atendeu o familiar informou que Ali foi recebido na sexta-feira, 1º de março, trazido por uma patrulha da PNB, que lhe informou que ele foi encontrado na estrada Francisco Fajardo, a mais movimentada de Caracas.
Como Ali não apresenta escoriações no resto do corpo, os familiares desconfiam da versão de atropelamento aventada pela polícia.
Alí Domínguez foi liderança estudantil na UBV (Universidade Bolivariana da Venezuela) e vinha alertando a amigos de ter recebido ameaças de morte por denunciar corrupção na Universidade.
Domínguez já havia sido golpeado em ocasião anterior e, apesar de ter concluído os estudos não conseguia receber o diploma.
“Estou impactada, surpresa e triste pela morte de um ex-estudante da UBV e me somo aos que pedem uma investigação para esclarecer este fato lamentável e expresso minha solidariedade a seus familiares e amigos,” afirmou a jornalista Lusana Colomine, ex-professora de Domínguez.
“Exigimos justiça”, declara o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa da Venezuela (SNTP) em sua mensagem de solidariedade com os familiares de Domínguez, acrescentando que “ainda não se conhecem as causas da morte” do jornalista.