Foram 29 mandados de busca e apreensão, nesta quarta-feira (27), contra políticos, empresários, milicianos e blogueiros ligados ao presidente Jair Bolsonaro
Na manhã desta quarta-feira (27) a Polícia Federal cumpriu 29 mandados de busca e apreensão contra políticos, empresários, milicianos e blogueiros ligados ao presidente Jair Bolsonaro. A ação faz parte de um inquérito criminal conduzido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga “notícias fraudulentas”, ofensas e ameaças, que “atingem a honorabilidade e a segurança” da Corte, os ministros e seus familiares. O ministro Alexandre de Moraes é o relator do inquérito.
As investigações apontaram os nomes de vários financiadores do esquema criminoso de difamação que passou a ser conhecido como “gabinete do ódio”, coordenado pelo vereador Carlos Bolsonaro. São eles, Edgard Corona (CEO da rede de academias Smart Fit), Luciano Hang (co-fundador e proprietário da Havan), Reinaldo Bianchi Júnior e Winston Rodrigues (coordenador do Bloco Movimento Brasil). Foi determinada a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos quatro.
EX-PRESIDIÁRIO ROBERTO JEFFERSON É UM DOS ATINGIDOS
Entre os atingidos pelos braços da Justiça e da Polícia Federal estão dois notórios bolsonaristas, membros ativos do gabinete do ódio, chamado de “associação criminosa” por Alexandre de Moraes. O primeiro deles é o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), ex-preso condenado por corrupção que, recentemente, divulgou notícia falsa contra a honra e a imagem da ex-deputada federal e pré-candidata a prefeita de Porto Alegre, Manuela D’Ávila (PCdoB), e apareceu com uma metralhadora na mão pregando violência contra membros do STF.
O segundo é Luciano Hang, dono das lojas Havan, conhecido por impor um regime nazista de trabalho em suas empresas, financiar a difusão de mentiras, agressões e fakenews contra adversários de Bolsonaro e tentar burlar as normas de proteção da população contra o coronavírus. Ele já foi autuado por fraudes em suas lojas. Tentou enganar os fiscais colocando feijão e arroz nas prateleiras de suas lojas de departamentos para tentar caracterizá-las como atividade essencial.
DEPUTADOS E EMPRESÁRIOS BOLSONARISTAS NO GABINETE DO ÓDIO
Além dos endereços de Luciano Hang e Roberto Jefferson, foram alvos de busca e apreensão pela Polícia Federal Allan dos Santos, blogueiro (DF), Sara Winter, blogueira (DF), Winston Lima, blogueiro (DF), Edgard Corona, empresário (SP), Edson Pires Salomão (SP), Enzo Leonardo Suzi (SP), Marcos Bellizia (SP), Otavio Fakhoury (SP), Rafael Moreno (SP), Rodrigo Barbosa Ribeiro (SP), Paulo Gonçalves Bezerra (RJ), Reynaldo Bianchi Júnior (RJ), Bernardo Kuster (PR), Eduardo Fabris Portella (PR) e Marcelo Stachin (MT).
Sara Winter é uma das lideranças do grupo “300 Brasil” que montou acampamento ao lado da sede do STF para fazer arruaças e intimidações contra a Corte. A polícia os retirou de lá.
Deputados federais e estaduais ligados à milicia bolsonarista foram convocados pela PF para depor sobre a atuação criminosa de calúnias contra intefgrantes da corte. São eles, Bia Kicis (PSL-DF), Carla Zambelli (PSL-SP), Daniel Silveira (PSL-RJ), Filipe Barros (PSL-PR), Junio Amaral (PSL-MG), Luiz Phillipe de Orleans e Bragança (PSL-SP), o deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP) e Gil Diniz (PSL-SP). Segundo o procurador-geral da República, Augusto Aras, trata-se de “atuação legítima” do Supremo para apuração de “fatos supostamente criminosos aptos a lesionar o funcionamento da Corte”.
Roberto Jefferson, que cumpria pena de cadeia por roubo de dinheiro público, mas saiu do presídio porque estaria com um câncer, se complicou ainda mais porque, diante da intimação, seguiu agredindo a honra dos membros do STF e da Polícia Federal. Chamou a ação do Supremo e da PF de “atitude soez, covarde, canalha e intimidatória” os mandados de busca e apreensão expedidos por Moraes.
Chamou o STF de “Tribunal do Reich” que , segundo ele, “após o incêndio do Parlamento, aquele tribunal escreveu as páginas mais negras da justiça alemã, perseguindo os adversários do nazismo. Hoje o STF, no Brasil, repete aquela horripilante história. Acordei às 6 horas com a PF em meu lar”.
O ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, afirmou que parece haver uma tentativa de “milícias digitais” de coagir a imprensa tradicional, o que fere a liberdade de imprensa e o direito da população de obter informação com isenção. “A liberdade de imprensa não é construída por robôs, o que é construído por robôs são as fakenews”, disse.
GABINETE DO ÓDIO É ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA, DIZ MORAES
“Ao agredir os jornalistas, ao possibilitar que essas milícias digitais, se permitirmos isso, o que nós estaremos permitindo é um ataque à liberdade de imprensa”, afirmou. O ministro participou de seminário da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) com o tema “Justiça e Segurança para os jornalistas”.
Moraes defendeu a responsabilização de grupos que se associem de “forma criminosa” para propagar, na internet, discursos racistas, de discursos discriminatórios, de ódio e contra a democracia e as instituições democráticas. “Não podemos nos enganar nas coisas que aparentemente são difusas para coibir um dos pilares da democracia que é a liberdade de imprensa”. “Estamos vivendo um momento extremamente preocupante em relação à liberdade de imprensa, não por atos formais governamentais de censura prévia, mas por algo muito mais perigoso, é algo que não é escancarado, a ameaça virtual e presencial a jornalista que venha a afetar a produção das ideias”, destacou.
O procurador-geral da República, Augusto Aras, opinou sobre a operação contra o propagadores de fakenews. Ele foi contra a ampliação os mandados de busca e apreensão. Queria concentrar apenas em Roberto Jefferson, mas Alexandre de Moraes insistiu na amplitude das buscas e interrogatórios.
Mesmo assim, Aras foi obrigado a reconhecer que o esquema das fakenews desinforma a sociedade e agride a democracia. “Hoje um dos nossos maiores problemas é a desinformação como método, como incitação à violência, promoção da ignorância, da incivilidade, e isso nós não podemos aceitar”, afirmou.
Ao criticar ataques a jornalistas, Aras afirmou que, enquanto há a imprensa que busca “se fortalecer no contexto dos fatos”, “existem aqueles que se dizem jornalistas que usam de blogs para ocupar espaços na internet e que colocam verdadeiras aleivosias, que incitam a violência, a violência coletiva, a violência em particular e certas autoridades ou mesmo cidadãos do povo e merecem nosso reproche”.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, defendeu a operação contra as organizações criminosas bolsonaristas que estão atuando nas redes sociais com o objetivo de enfraquecer as instituições.
“Essa operação também é uma resposta. A defesa da democracia exige vigilância e coragem, instituições fortes e resolutas. Tibieza, fraqueza levam a processos históricos como foi a ascensão do nazismo”, afirmou.
Ele comentou as agressões aos jornalistas no Palácio da Alvorada. “O pilar da democracia é a nossa imprensa livre” e criticou a necessidade de retirada de jornalistas do Palácio do Alvorada por falta de segurança. “Isso é gravíssimo, por si só fala sobre a gravidade do momento, e nós temos que estar organizados em todo o Brasil para defender concretamente perante o Judiciário aqueles que merecem essa defesa as liberdades, que merecem nossa vigilância”, avaliou.
Esta investigação contra a milícia digital, coordenada pelo gabinete do ódio, tem que ir fundo digo hiper profundo, para que a verdade seja conhecida por todos os brasileiros, principalmente pelo gado zeburro, que são desinformados mas truculentos, maliciosos, perigosos e covardes, pois através da mentira e do ódio querem pregar o caos, contudo esse processo do STF e a CPI das Feke News, vão mostrar a verdadeira farsa. Todos tem que seguir a Constituição Federal, democrata não vota e nem apoia ditadores.