Devido à contratação de mão de obra terceirizada, o índice de acidentes na Petrobrás aumentou 10%, entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano, denuncia levantamento, realizado no mês passado, por sindicatos de petroleiros.
Segundo a categoria, a direção da Petrobrás está manipulando os números de acidentes para não prejudicar o Plano de Negócios da estatal, que prevê meta de um acidente a cada 1 milhão de horas trabalhadas. Os petroleiros alegam que, desde que a chamada Taxa de Acidentados Registráveis (TAR) vigora como requisito do plano, muitas ocorrências não estão sendo notificadas, pois os terceirizados não comunicam os acidentes com medo de serem demitidos, já que as empresas responsáveis pela mão de obras terceirizada são multadas pela Petrobrás.
De 1995 até agora, 81,48% das mortes no sistema Petrobrás foram de terceirizados, contra 18,52% entre os trabalhadores contratados diretamente pela estatal, segundo o estudo dos Sindipetros divulgado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP).
Os petroleiros denunciam que faltam treinamento e condições adequadas de trabalho para garantir a segurança dos trabalhadores terceirizados. “Há sempre o risco de uma lesão permanente e amputação do dedo. Imagine o que isto pode causar na vida de um trabalhador”, afirmou o diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), Tadeu Porto.
No dia 19 de setembro, um supervisor terceirizado de produção da Alphatec, foi mais uma foi vítima de acidente na estatal. O supervisor foi atingido na mão direita e passou por cirurgia no Hospital Unimed de Macaé para suturar o dedo indicador, quando estava ensinando o trabalho a sua equipe na Plataforma P-25, na Bacia de Campos, disse Tadeu, afirmando que este é só mais um dos acidentes que vêm ocorrendo nas plataformas da Petrobras.
Além dos acidentes, os trabalhadores terceirizados têm seus salários e direitos reduzidos a cada novo contrato de trabalho, denuncia a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). “As empresas terceirizadas estão a cada novo contrato reduzindo salários e direitos dos trabalhadores, pegando carona na reforma trabalhista e na exigência da Petrobrás por contratos mais enxutos”, afirma a entidade.