“Petrobras não faz intervenção em preços, ela cumpre o que o mercado e o governo criam de contexto”, declarou o novo presidente da estatal
O senador Jean Paul Prates (PT-RN), indicado pelo governo Lula para presidir a Petrobras, afirmou nesta quarta-feira (4) que não haverá intervenção nos preços da estatal. “Petrobras não faz intervenção em preços, ela cumpre o que o mercado e o governo criam de contexto”, declarou. A reação do mercado foi positiva e as ações da empresa subiram.
“Um dia me perguntaram a política de preços da Petrobrás para o país. Eu disse: ‘A política de preços da Petrobrás é para os clientes da Petrobras, quem faz política de preços é o governo’. E aí interpretaram que a gente estava dizendo que ia intervir porque era do governo”, disse Jean Paul Prates.
“O governo pode simplesmente dizer ‘ela é livre, liberada, é PPI, não é PPI, é fórmula isso, fórmula aquilo’. Mas é o governo quem diz, cria o contexto, e o mercado também. Principalmente o mercado. Se falta ou sobra produto, é o mercado que manda”, afirmou Jean Paul.
Ele falou que serão levados em conta os preços internacionais, mas não necessariamente os de importação, como é feito hoje. “Todo preço da commodity, combustível, óleo e petróleo, é influenciado pela oscilação internacional. Hoje, você impôs ao mercado nacional o PPI, que não é nacional, é importação”, afirmou o senador.
“Quando me perguntam: ‘Vai ser preço de mercado?’. Vai. Preço de mercado brasileiro. O mercado brasileiro é composto de parte importado e parte nacional. A gente tem que ter um preço que reflita o fato de a gente produzir no Brasil. É só isso. Não tem porque se assustar com isso”, disse Jean Paul.
Ao longo da campanha eleitoral, Lula afirmou que iria “abrasileirar” os valores. A alta nos combustíveis causou grande desgaste a Bolsonaro (PL), antes de o Congresso aprovar um corte de impostos sobre esses produtos que conteve os preços.
Hoje, a Petrobrás adota um sistema de preços com base na taxa de câmbio e no valor do barril de petróleo no mercado internacional. Também são levados em conta na fórmula outros custos de importação.
Esta política levou ao caos no abastecimento de combustível e à maior greve de caminhoneiros já vista no país, durante o governo Temer. Bolsonaro manteve essa mesma política e resolveu garantir os superlucros dos acionistas subsidiando os combustíveis com isenções de impostos estaduais e federais.
Esse sistema desastroso de preços da Petrobras foi adotado em 2016 e é conhecido como PPI (Preço de Paridade Internacional). Ela esfolou o consumidor brasileiro com preços extorsivos e propiciou um ganho bilionário dos acionistas da empresa, na maioria estrangeiros.