O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), condenou “qualquer atividade que vá ferir a liberdade de imprensa”, referindo-se ao gesto de “banana” feito por Bolsonaro para os jornalistas que estavam na frente do Palácio do Planalto.
“Discordo do presidente. Condeno qualquer atitude que vá ferir a liberdade de imprensa e a democracia. Acho que é um erro”, declarou ACM Neto. Seu vice-prefeito, Bruno Reis (PSDB), endossou a posição de Neto.
No sábado (15), Bolsonaro fez o gesto estapafúrdio quando foi questionado pelos repórteres sobre a situação da tradicional Biblioteca da Presidência com a instalação do programa “Pátria Voluntária”, chefiado pela esposa de Jair, Michele Bolsonaro, no mesmo lugar no Palácio do Planalto.
Bolsonaro disse que “vocês só se preocupam com besteira” e fez o gesto de “banana”.
“Estão descendo a lenha que a biblioteca vai diminuir. Em vez de elogiar a primeira-dama, ficam criticando”, disse. “Quem age dessa maneira merece outra banana”, afirmou.
A Biblioteca, que foi criada na década de 1910, tem um acervo de 42 mil itens, sendo três mil somente de discursos de ex-presidentes. Seu espaço será diminuído pela metade para que o anexo ao Palácio possa abrigar o programa de Michele.
O presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia de Brasília, Fabio Lima Cordeiro, que esteve na Biblioteca da Presidência depois de iniciada a reforma, disse que “o risco de diminuir de tamanho é porque uma biblioteca é um organismo em crescimento, então ela tem que ter espaço para garantir que os acervos futuros caibam nesse espaço físico”.
“Então, à medida que os governos forem passando, novas políticas vão sendo criadas, políticas precisam ser preservadas para a história do país e para memória institucional de todo o governo”.
Essa foi a segunda vez que Bolsonaro faz “banana” para os jornalistas. A primeira, no dia 8 de fevereiro, aconteceu depois de se recusar a dar declarações por conta da má repercussão que teve sua fala sobre pessoas com HIV serem uma “despesa para todos no Brasil”.