Porta-voz da chancelaria alemã disse nesta quarta-feira (25) que o acordo nuclear assinado entre o Irã e o “5 +1” (grupo constituído pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha) é “a mais alta prioridade” para Berlim e “não pode ser renegociado”.
Na sexta-feira (27), a primeira-ministra Angela Merkel irá a Washington para se reunir com o presidente norte-americano Donald Trump, com o acordo e as sobretaxas sobre as exportações europeias na pauta. Na sua primeira visita a Trump, este não quis sequer apertar sua mão. Agora, Trump ameaça abandonar o acordo e retomar as sanções contra Teerã.
“Para nós, a posição é clara – a mais alta prioridade é manter o acordo nuclear com completa implementação por todas as partes”, declarou o porta-voz. “O acordo nuclear foi negociado com 7 países e a União Europeia e não pode ser renegociado”.
No entanto, como o forte desses ‘líderes europeus’ não é propriamente a espinha ereta, o mesmo porta-voz fez questão de esclarecer que “queremos tornar certo que o programa nuclear do Irã serve exclusivamente a propósitos pacíficos” – quando toda a extensa discussão para fechar o acordo em 2015 foi exatamente sobre isso.
O porta-voz não tinha como não ter reparado nos arrufos entre Trump e seu visitante Emmanuel Macron, e acrescentou que o presidente francês tinha proposto “um acordo suplementar”, o que seria “analisado cuidadosamente”. “A questão é sob que circunstâncias o Irã estaria preparado para deixar esse processo acontecer”, complementou. Desde janeiro, o grupo UE-3 (Inglaterra, França e Alemanha) vem mantendo troca “íntima e construtiva” com Washington sobre a questão, esclareceu.