
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgou, nesta segunda-feira (26), um levantamento apontando que 88% das 759 negociações da data-base de maio garantiram reajustes acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Em 11% das negociações, analisadas pelo Dieese até 6 de junho, foram apresentados resultados iguais ao INPC e apenas 0,5% ficou abaixo do índice de preços.
De acordo com o estudo, um dos fatores que contribuíram para o bom desempenho das negociações de maio foi a queda da inflação. As categorias negociaram a reposição de perdas salariais de 3,83% (INPC), que cobrem o período de 12 meses até maio de 2023. Para a data-base de junho, o índice do reajuste necessário para recomposição do poder de compra dos salários será de 3,74%.
De acordo com a pesquisa, a variação real média dos reajustes (média dos reajustes descontada a inflação) foi de 1,91% acima do INPC. Já a variação real média dos reajustes de 2023 está em 0,99% acima do INPC.
O desempenho das negociações nos serviços segue semelhante ao da indústria, com ganhos reais em cerca de 75% dos reajustes analisados. No comércio, o peso dos resultados acima da inflação é comparativamente menor, embora também seja expressivo: mais da metade dos instrumentos coletivos no setor (52,8%) foi superior ao índice inflacionário.
O Dieese aponta, ainda, que no agregado de 2023, cerca de 72% dos 4.550 reajustes analisados até o momento registraram ganhos acima da inflação. Outros 21% tiveram resultados iguais à inflação e 6,5% não conseguiram repor as perdas salariais.