Paulo Emílio Catta Preta, defensor de Fabrício Queiroz, mandou um recado que seu cliente não pensa em fazer acordo de colaboração
O advogado Paulo Emílio Catta Preta, que assumiu a defesa de Fabrício Queiroz, é o mesmo que defendeu o miliciano Adriano da Nóbrega, que foi morto em fevereiro deste ano num confronto com a polícia e que tinha mãe e ex-mulher como funcionárias fantasmas no gabinete de Flávio Bolsonaro.
Queiroz foi alvo de um mandado de prisão preventiva cumprido na manhã desta quinta-feira (18) na residência de Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro, em Atibaia, interior de São Paulo.
Fabrício Queiroz é investigado por chefiar um esquema de lavagem de dinheiro e organização criminosa montado dentro do gabinete de Flávio Bolsonaro quando este era deputado estadual no Rio de Janeiro. O Ministério Público suspeita também que o esquema lavou dinheiro da milícia carioca.
Enquanto seu cliente era transferido para o Rio, Catta Preta garantiu que Queiroz não tem interesse em fazer acordo de colaboração. “[Queiroz] não pensa em fazer colaboração, não trabalha com colaboração”, afirmou o advogado. Ele não soube dizer qual a relação do cliente com o advogado de Flávio Bolsonaro, Frederick Wassef , dono do imóvel no qual Queiroz foi encontrado nesta manhã.
“Ele [Queiroz] falou que estava em São Paulo porque tem ido com alguma alguma regularidade por conta do tratamento [médico]. Mas ele não me disse e eu também não perguntei porque estava na casa do Frederick”, falou.
Segundo o delegado da Polícia Civil, Osvaldo Nico Gonçalves, responsável pela operação, o ex-funcionário do gabinete do senador Flávio Bolsonaro estava morando na casa do advogado dos Bolsonaro em Atibaia havia um ano. A informação foi dada pelo caseiro do imóvel.
Wassef, que advogou também para Jair Bolsonaro no caso Adélio Bispo, esteve no Planalto na quarta-feira (17) para a posse do novo ministro das Comunicações e, na semana anterior, passou uma tarde inteira com o presidente, saindo da sede do governo às 20 horas. A visita não constou da agenda oficial.
Catta Preta não conseguiu explicar porque seu cliente estava escondido na casa de Wassef, mas afirmou que a prisão de Queiroz era “desnecessária e infundada” porque “sempre esteve à disposição da Justiça”. “Ele sempre esteve à disposição da Justiça e não era procurado, nem mesmo foragido. Qualquer intimação que fosse feita a ele, ele atenderia, ou algumas vezes que não pode comparecer, justificou as ausências”, afirmou o advogado.
A mulher de Fabrício Queiroz, Márcia Oliveira de Aguiar, que, em mensagem interceptada, disse que o marido, mesmo de fora “continuava cuidando de tudo”, também foi alvo da operação realizada hoje e é considerada foragida.
Catta Preta disse que, “se de fato confirmar que há uma prisão contra ela”, também defenderá Márcia, cujo pedido de prisão seria mais “injustificado” que o de Queiroz. O MP e o juiz do caso, Flávio Itabaiana Nicolau, da 27ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, justificaram a prisão exatamente porque eles [Márcia e Queiroz] estavam “cuidando de tudo” e tentando impedir o avanço das investigações.
Fabrício Queiroz: você já imaginou se a polícia agisse como deseja o Bolsonaro que é defensor da turtura tu esta ferrado, mais vivemos num regime democrático onde todo inquérito ou processo têm que seguir a Constituição. Portanto, vamos defender a nossa democracia, a verdade acima de tudo é o que interessa para a liberdade ou condenação.