
Entregas de propina para Aécio Neves (PSDB-MG) aconteceram dentro de caixas de sabão em pó, relatou o empresário Waldir Rocha Pena em depoimento à Receita Federal e compartilhado pela Procuradoria-Geral da República e pela Polícia Federal.
As informações são do jornal “O Globo”, que teve acesso ao depoimento. Os dados foram usados pela Operação Capitu, desdobramento da Operação Lava Jato. Ver aqui.
A Operação Capitu foi deflagrada na sexta-feira (9) e prendeu o vice-governador de Minas Gerais, Antonio Andrade (MDB), os donos da JBS, Joesley Batista e Ricardo Saud, e mais nove pelo esquema de propina no Ministério da Agricultura durante o governo de Dilma Rousseff (PT). O vice-governador era o então ministro da Agricultura (março de 2013 a março de 2014). O esquema de propina utilizou dois supermercados de Belo Horizonte, entre eles o BH.
Waldir é dono de um supermercado BH, em Belo Horizonte, que foi utilizado pela JBS para distribuir propinas. A delação de Ricardo Saud, ex-diretor da J&F, controladora da JBS, confirma que o supermercado foi utilizado para passar propinas para Aécio durante 2014.
A entrega foi feita para Frederico Pacheco, primo do senador Aécio Neves e também a Mendherson Souza, ex-assessor do senador Zezé Perrella (MDB-MG). Zezé Perrella é muito próximo de Aécio Neves.
Frederico Pacheco é o mesmo que foi usado por Aécio para receber propina de R$ 2 milhões que o senador tucano pediu e recebeu da JBS. Mendherson de Souza também esteve envolvido naquela operação. Ver aqui.
“No dia das entregas, o dinheiro em espécie era acondicionado em uma caixa de sabão em pó e repassado ao enviado da JBS”, disse o empresário. Segundo Waldir, foram feitas quatro entregas. Elas aconteciam diretamente do supermercado para um indicado por Aécio Neves e outro de Zezé Perrella – que seriam os “enviados da JBS”.
Em 2013, um helicóptero pertencente à Limeira Agropecuária, empresa de propriedade da família Perrella, foi flagrado pela Polícia Federal com 445 kg de cocaína. Na época, cinco pessoas foram condenadas por tráfico de drogas. Mas a polícia concluiu que Perrella não tinha ligação com a droga.
Rogério Almeida Antunes, o piloto da aeronave, foi condenado a dez anos e quatro meses de reclusão em regime fechado, além de 1.032 multas diárias de R$ 25.
O piloto era funcionário do gabinete de Gustavo Perrella na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
Apesar do depoimento não tratar de valores, documentos demonstram que a propina pode ter totalizado cerca de R$ 6 milhões.
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Temos os três poderes, empresa, governo e trabalho, no Brasil as empresas se unem ao governo e militares para explorar e escravizar o cidadão (esquema básico de controle) é o que temos de mais sujo
Temos agora uma nova configuração mafiosa: empresas +militares +religião