Em sintonia com a realização da II Cúpula Rússia-África, a RT registrou que os pavilhões do encontro estavam decorados com pôsteres soviéticos e lembrou o papel da União Soviética na assistência diplomática, econômica e militar ao movimento de libertação nacional que varreu o continente.
“Na segunda metade do século XX, o continente africano viveu seu próprio ‘desfile de soberanias’. Somente em 1960, 17 novas nações conquistaram a independência no que antes era a África colonial. Embora permanecendo economicamente dependentes da Europa, as ex-colônias lutaram pela independência política.
A URSS tentou fornecer-lhes o máximo de assistência possível e, de fato, iniciou a adoção da Declaração sobre a Concessão de Independência aos Países e Povos Coloniais na 15ª sessão da Assembleia Geral da ONU. Naquela época, apareceu um ponto no Programa do Partido Comunista da União Soviética, o principal documento de política estratégica do país, afirmando que ‘o movimento de libertação nacional é uma das principais forças antiimperialistas’”, assinalou a RT.
O que expressa uma redescoberta, pela Rússia pós-1991, do imenso papel cumprido pela URSS na derrota da dominação colonial e no apoio aos movimentos pela independência no continente africano. Redescoberta, aliás, que fez com que, este ano, o parlamento russo oficializasse a restauração oficial do nome de Patrice Lumumba à universidade que tantos quadros africanos preparou, título retirado por Yeltsin.
A RT publicou uma amostra dessa arte soviética em apoio a luta africana pela independência e descolonização, aqui parcialmente reproduzida pelo HP, com um resumo dos comentários anexos.
“A África está lutando, a África vencerá!”, cartaz no estilo do realismo socialista do aclamado artista soviético Viktor Koretsky, que mostra um homem negro quebrando os grilhões que o prendem. Autor de mais de 40 cartazes sobre a Grande Guerra Pátria, na década de 1960 ele tornara a luta contra o colonialismo um de seus principais temas.
“Ele carregava a África em seu coração!”, cartaz de Koretsky em homenagem ao primeiro-ministro da República Democrática do Congo, Patrice Lumumba, assassinado pelos colonialistas e que aqui é mostrado contra a silhueta do continente africano e com a mesmo silhueta em seu coração.
“O Grande Lenin iluminou nosso caminho”, cartaz de 1969 de Vasily Boldyrev, mostra um jovem negro com um rifle iluminado pela luz do cruzador soviético Aurora, marcando a convergência das revoluções russa e anticolonial.
“Você não pode extinguir a aurora da liberdade!” diz o cartaz do artista Vilen Karakashev, sobre a irreversibilidade do movimento anticolonial na África.
“O vento da liberdade está soprando sobre a África”, cartaz criado pelo casal de artistas Vladimir e Irina Kalensky em 1961, que mostra uma garota negra carregando as bandeiras das nações recém-formadas.
“Tudo o que eles gritam é ‘Abaixo o apartheid!’”, cartaz de Fyodor Nelyubin, que ridiculariza a acusação dos colonialistas e racistas sobre a “ingratidão negra”, conforme o poema que se segue: “Alarme malicioso se espalha nos campos racistas/ Foster está zangado, indignado está Smith:/ Fizemos tanto pelos negros/ Mas tudo o que eles gritam é “Abaixo o apartheid!”
“O colonialismo está condenado”, cartaz de Eduard Artsrunyan que apresenta um homem negro no esforço para quebrar correntes que representam as fronteiras da África do Sul.
A RT mostrou ainda trabalhos de Nina Vatolina, Vadim Volikov, Oleg Maslyakov e Efim Tsvik, Vilen Karakashev e Nikolay Smolyak.