Após revisão caso a caso, a Agência Mundial Antidoping (AMA) declarou limpos de doping 95 de 96 atletas russos dados como implicados pelo chamado relatório McLaren, aquele que serviu para tirar dezenas de atletas russos das Olimpíadas do Rio de 2016 e toda a delegação paralímpica.
A decisão se deve a que “não há evidências suficientes” para sustentar a comprovação de potenciais ADVRs (Violações de Regras Antidoping), registrou a RT, após resposta oficial da entidade por e-mail. “Para os 95 casos, as FI [Federações Internacionais] determinaram que não havia evidências suficientes para afirmar ADRVs e, após a avaliação individual da AMA de cada caso, que foi confirmada por um advogado externo, optamos por não apelar das decisões com base em que a evidência disponível era simplesmente insuficiente para apoiar a afirmação de um ADRV contra os 95 atletas, ou seja, nomes de atletas que aparecem numa lista”, ressaltou a entidade mundial antidoping.
O relatório do advogado canadenses McLaren sustentou que havia um esquema de doping patrocinado pelo Estado russo, com base em declarações do ex-diretor da entidade antidoping russa, Grigory Rodchenkov, que alegou até mesmo o uso de uísque Chivas para tapear o monitoramento, assim como a violação e troca de frascos antidoping, depois de fugir para os EUA, onde passou a residir sob proteção do Departamento de Justiça. As acusações também foram endossadas por uma atleta afastada pelas autoridades russas por doping e seu marido, ex-funcionário do laboratório, também evadidos nos EUA.
Segundo McLaren, seriam “mais de 1 mil atletas russos”. Quando o relatório sai das elocubrações fantasiosas e tem de entrar no terreno das provas, tal como exigido em tribunais, aí a porca torce o rabo. “Para muitos dos atletas identificados, a única evidência disponível é o que o Professor McLaren poderia revelar”, assinala a AMA. Coube à entidade de cada esporte investigar a situação de seus atletas e impor punições se necessário, o que foi em seguida revisado pela AMA. Esse processo resultou nos 95 casos que a organização mundial antidoping decidiu encerrar.
Atletas da dimensão da bicampeã olímpica e recordista mundial, Yelena Isinbayeva, foram impedidos de disputar as Olimpíadas de 2016 em decorrência do relatório McLaren sem chance de defesa, e a delegação russa, em alguns momentos, chegou a ser hostilizada; a entidade russa antidoping está sob reestruturação.
REDAÇÃO