
O ex-porta voz do Departamento de Estado durante o governo de Joe Biden, Matthew Miller, finalmente admitiu os crimes israelenses contra o povo palestino em Gaza. Em uma entrevista ao podcast “Trump 100”, Miller disse que “sem dúvida os israelenses cometeram crimes de guerra”.
Miller, ex-porta voz do governo americano, sua função era a de defender a política externa de Biden, desde que assumiu o posto em 2023 até o fim do mandato de Biden, sempre com um sorriso cínico, minimizou e negou quaisquer crimes cometidos por Israel durante o tempo que ocupou o posto.
Agora que não ocupa mais um cargo no governo, ele está fazendo o possível para se distanciar da política genocida de Joe Biden, admitindo o que várias organizações humanitárias, a ONU e a maior parte da comunidade internacional já denunciou: que Israel está cometendo genocídio contra palestinos em Gaza.
“Agora, o que eu olho para trás, sobre o qual sempre farei perguntas a mim mesmo, e acho que isso é verdade para outros no governo, é naquele período intermediário entre o final de maio e meados de janeiro, quando milhares de palestinos foram mortos, civis inocentes que não queriam esta guerra, não teve nada a ver com isso, havia mais que poderíamos ter feito para pressionar o governo israelense a concordar com esse cessar-fogo? Acho que às vezes provavelmente havia”, disse Miller.
Já foi denunciado em abril desse ano que o governo de Biden nunca pressionou o governo israelense por um cessar fogo. Transmitido pelo “Canal 13” de Israel, o que se revelou é que ocorreu um grande acobertamento para blindar Israel enquanto seus militares massacravam palestinos em Gaza e expandiam a ofensiva contra a população civil na Cisjordânia.
“Deus fez um favor ao Estado de Israel, com Biden sendo o presidente durante este período. Lutamos (em Gaza) por mais de um ano e o governo nunca veio até nós e disse: ‘cessar-fogo agora’. Nunca aconteceu. E isso não deve ser considerado garantido,” comemorou o ex-embaixador israelense, Michael Herzog.
Mesmo assim, Miller se recusou admitir que o que está acontecendo em Gaza é um genocídio. “Não acho que seja um genocídio, mas acho que é sem dúvida verdade que Israel cometeu crimes de guerra,” disse.
Para Miller, Israel estaria falhando como democracia ao não responsabilizar seus soldados que cometeram vários crimes contra a humanidade em Gaza.
Miller, durante mais de um ano, seu tempo como porta-voz do governo americano, negou todas acusações contra Israel, mesmo com provas em vídeo, ele fez de tudo para acobertar os crimes de Israel contra os palestinos.
Quando perguntado o porque nunca tinha expressado desacordo enquanto estava no governo, Miller disse: “Quando você está no pódio, você não está expressando sua opinião pessoal.”
“Você está expressando as conclusões do governo dos Estados Unidos. O governo dos Estados Unidos não concluiu que eles cometeram crimes de guerra, ainda não concluiu,” disse.
Uma das características de Miller durante seu tempo como porta-voz da Casa Branca, é o seu constante sorriso cínico, que ele fazia enquanto defendia os crimes de Israel durante conferências com jornalistas.
Um jornalista em particular, Sam Husseini, criticou o ex-porta voz por sorrir enquanto descrevia para os jornalistas sobre o número de mortos em Gaza.
Outro jornalista, o palestino Abubaker Abed, que fugiu de Gaza para não ser morto por Israel, publicou na rede social X (ex-Twitter):
“Você sempre será lembrado como o sorriso do genocídio de Gaza,” ele escreveu.
“Estamos vendo cada vez mais casos como o dele, pois a escala dos horrores que aconteceram – e ainda estão acontecendo – em Gaza estão se tornando cada vez mais impossíveis de negar”, continuou.
“Eles não são nada mais do que oportunistas tentando salvar suas reputações nos túmulos daqueles que ajudaram a matar. O mais baixo dos baixos”, declarou Abed, mostrando a profudidade do pântano em que Israel se atolou e apoio dos Estados Unidos ao hediondo massacre, com toneladas de armas e bilhões de dólares para a chacina.