“Minas Gerais efetivamente é um estado diferente. Mataram Tiradentes, mas não as suas ideias. Por isso, nós vamos vencer. Minas Gerais não suporta ditadura e opressão”, afirmou o ex-presidente
O ex-presidente Lula foi recebido por uma multidão incalculável na manhã deste domingo em Belo Horizonte. Eles fizeram uma caminhada e, ao final, houve um comício.
“Estou vendo um mar de gente bonita aqui. Por isso estou feliz. Chegar em Belo Horizonte, encerrar uma passeata desse tamanho e ainda encontrar o Chico Buarque é uma felicidade muito grande”, disse Lula, ao discursar ao lado do cantor e compositor.
Lula disse que vai espalhar pelo Brasil o que ele viu em Minas Gerais. “Minas Gerais efetivamente é um estado diferente. Agora sei por que foi aqui que surgiu o primeiro embrião da independência do Brasil”, afirmou.
“Vocês estão mostrando hoje que Minas Gerais não suporta ditadura e opressão. Minas Gerais quer emprego, bem-estar, cultura e oportunidade”, acrescentou o ex-presidente para a multidão.
Ele disse que os mineiros devem votar com tranquilidade e não aceitar provocações. “Se eles quiserem morder alguém, diga a eles para morderem o próprio rabo”, recomendou Lula. A multidão acompanhou Chico Buarque quando ele disse e repetiu o refrão de sua música. “Amanhã vai ser outro dia”.
Antes, ao lado do ex-prefeito da capital, Eduardo Kalil, e do atual prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, que declarou apoio ao ex-presidente, Lula afirmou que “o Brasil voltará a ter uma economia pujante”.
“Esse país precisa voltar a ter relações com o mundo exterior. O Brasil, durante todo o período do meu mandato, foi protagonista internacional. Eu fui o único presidente da República na história do Brasil que participou de todas as reuniões do G8. Eu fui um dos presidentes que ajudou a criar o G20”, disse ele, em resposta aos jornalistas.
Segundo Lula, ao assumir a Presidência, em 2003, economistas diziam que o Brasil estava quebrado, sem conserto, com inflação a 12%, desemprego a 12%, dúvida interna pública de 60,5% do PIB e devedor do FMI.
“Quando entrei no governo, a primeira coisa que a gente fez foi reduzir a dívida pública de 60,5% do PIB para 37% do PIB. Segundo, a gente trouxe a inflação de 12% para 4,5% que era o centro da meta, dois a mais e dois a menos durante todo o nosso mandato. Terceiro, nós geramos, em 13 anos, 22 milhões de empregos formais. Quarto, nós pagamos a dívida com o FMI e emprestamos 15 bilhões pro FMI. Éramos devedores e viramos credores do FMI”, listou o ex-presidente.
“Temos responsabilidade. Se tivermos que nos endividar, vamos fazê-lo para investir em ativos que rendam e permitam pagar pelo que tomamos, garantiu Lula. “Por tudo isso, não precisamos de teto de gastos”, disse ele. Sobre a cobrança por definição de nomes para o seu ministério, o ex-presidente disse que “não se define nomes antes das eleições”. Se nós formos eleitos, vocês vão saber quem são os ministros.
Lula destacou ainda as reservas internacionais, que o país não tinha antes de seu governo. “Conseguimos fazer pela primeira vez na história do Brasil uma reserva que até hoje é a salvação da lavoura porque é ela que faz com que o país não quebre. Mais ainda. A gente teve um crescimento do PIB médio de 4,5% ao ano que foi o mais importante crescimento.”, completou