Conteúdo é confirmado como falso por agências de checagem. Foi determinada a remoção de 136 postagens com desinformação
A AGU (Advocacia-Geral da União) encaminhou, na última quarta-feira (27), notificações extrajudiciais às plataformas digitais Facebook, X/Twitter e Kwai, para que removam publicações com fake news, que associam o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Flávio Dino, aos irmãos Brazão.
O deputado federal Chiquinho Brazão (Sem Partido-RJ), e o conselheiro do TCERJ (Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro), Domingos Brazão, foram presos acusados de envolvimento nos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSol-RJ), e do motorista dela, Anderson Gomes.
Os irmãos e o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da PCRJ (Polícia Civil do Rio de Janeiro), foram presos no domingo (24), após relatório final da investigação realizada pela PF (Polícia Federal) apontar que Domingos e Chiquinho foram os responsáveis por contratar o ex-policial militar, Ronnie Lessa, para assassinar Marielle.
DIFICULTOU INVESTIGAÇÕES
Rivaldo teria ajudado a planejar o crime, além de ter feito uso do cargo para dificultar as investigações, que se arrastaram, sem solução, por 6 anos. Marielle e Anderson foram assassinados, em 14 de março de 2018.
Os três estão presos preventivamente e recolhidos em presídios federais.
No conteúdo, já atestado como falso por agências de checagem, Dino aparece em vídeo ao lado do então governador eleito do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), mas os textos que acompanham a gravação afirmam que a pessoa com o ministro do STF seria um dos dois suspeitos.
136 POSTAGENS
A PNDD (Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia) pediu a remoção de 136 postagens, sendo 79 no Facebook, 40 no X e 17 no Kwai, que alcançaram cerca de 1 milhão de visualizações e começaram a circular nas três plataformas, em 24 de março, logo após a prisão dos suspeitos.
O problema dessas postagens — fake news — é que não tem como “correr atrás”. Depois de jogadas nas redes digitais, o estrago é incalculável, pois circulam sem controle algum, mesmo depois de apagadas das plataformas.
Segundo a AGU, as postagens seguem acessíveis aos usuários. A procuradoria pede que as publicações sejam removidas no prazo de até 24 horas ou que pelo menos sejam identificadas pelas próprias plataformas como falsas.