A Advocacia-Geral da União (AGU) notificou o Twitter (atual X) sobre publicações mentirosas e pediu a inclusão de um texto esclarecendo que o governo federal não enviou dinheiro para o show de Madonna “em detrimento do atendimento” à população do Rio Grande do Sul, como diz a fake news.
A própria rede social conta com uma ferramenta de “notas da comunidade”, na qual os usuários podem inserir um texto contrapondo as informações da publicação original.
A Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia, órgão da Advocacia-Geral da União, enviou o pedido extrajudicial para o Twitter argumentando sobre a necessidade de que informações verdadeiras circulem nas redes sociais.
As publicações, algumas com grande alcance, “afirmam ter ocorrido repasse de recursos públicos federais para a realização de evento cultural (show da cantora Madonna), ocorrido na cidade do Rio de Janeiro, na data de 4 de maio de 2024, em detrimento do atendimento à calamidade, com as enchentes, que vem assolando o Estado do Rio Grande do Sul nos últimos dias”.
“Depreende-se, do conteúdo referido, uma dupla desinformação: a uma, porque não houve repasse de recursos federais para a realização do evento cultural citado (…); e a duas, porque a União tem envidado os esforços necessários para, juntamente com o Estado e os municípios no Rio Grande do Sul, promover ações emergenciais em razão das enchentes recentes”, afirmou a AGU.
Ao contrário do que dizem as publicações, o governo federal não investiu nem um centavo no show de Madonna. O evento foi patrocinado por empresas como Itaú, Heineken e Deezer e contou com apoio da Prefeitura e do governo do Estado do Rio de Janeiro.
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) divulgou uma nota falando que “esta fabricação de notícia falsa não é apenas irresponsável, mas perigosa, principalmente quando desvia a atenção de questões críticas, como a tragédia em curso no Rio Grande do Sul”.
Por outro lado, o governo federal tem enviado recursos para o Rio Grande do Sul para ajudar nos resgates. Por iniciativa do presidente Lula, o Congresso Nacional reconheceu estado de calamidade, permitindo gastos que extrapolam o teto de gastos.
Na quinta-feira (9), o governo anunciou diversas medidas que beneficiam, através de pagamentos, isenções e crédito, os afetados pelas fortes chuvas e pelas enchentes.
De acordo com a Defesa Civil, foram confirmadas as mortes de 107 pessoas por conta da tragédia. Outras 136 continuam desaparecidas.