Ela ficou famosa aos 14 anos quando foi filmada ao enfrentar um soldado israelense para impedir a detenção de seu irmão mais novo, perto de Ramallah
A palestina Ahed Tamimi, de 22 anos, conhecida mundialmente por lutar contra a ocupação israelense da Cisjordânia, foi presa na segunda-feira (6), em sua aldeia natal de Nabi Saleh, perto de Ramallah, pelo exército invasor, sob o pretexto de que estaria incitando “ao terrorismo e ao ódio”.
Ahed Tamimi, que nasceu em 31 de janeiro de 2001, ficou famosa aos 14 anos quando foi filmada no momento em que mordeu um soldado israelense para impedir a detenção de seu irmão mais novo.
Em dezembro de 2017, aos 16 anos, ela deu um tapa em um soldado israelense que invadira o quintal de sua casa. Em 19 de dezembro de 2017, a jovem foi detida pelos militares e depois condenada a oito meses de prisão. Tamimi foi liberada em 29 de julho de 2018.
Desde então, ela se tornou um símbolo mundial da causa palestina e é considerada pelos palestinos um exemplo de coragem diante da repressão e usurpação israelense nos territórios ocupados. Em julho, um enorme mural com o rosto dela foi pintado em Belém no muro da separação entre a Palestina e Israel.
Segundo um porta-voz da ocupação, Tamini foi “transferida para as forças de segurança israelenses para ser interrogada”. Uma fonte da ocupação enviou à agência de notícias France Presse uma postagem nas redes sociais, que atribuiu a Tamimi.
A suposta publicação pediria o massacre de israelenses em “todas as cidades da Cisjordânia, Hebron e Jenin”, declarou o porta-voz do Exército à AFP. O texto – acrescenta a agência de notícias – detalhava explicitamente as formas violentas que o massacre deveria acontecer.
A mãe da ativista negou peremptoriamente que a filha tenha escrito a mensagem. “Eles a acusam de ter publicado uma mensagem incitando a violência, mas Ahed não a escreveu”, ela disse à AFP.
“Há dezenas de contas com a foto de Ahed, mas com as quais ela não têm qualquer vínculo”, acrescentou a mãe. Quando Ahed tenta abrir uma conta nas redes sociais, “é bloqueada imediatamente”.
Pelo menos 2.080 palestinos na Cisjordânia ocupada foram presos arbitrariamente pela força de ocupação israelense desde 7 de outubro, denunciaram no domingo (5) em nota conjunta a Autoridade de Assuntos dos Prisioneiros e ex-Prisioneiros e o Clube dos Prisioneiros Palestinos. Só no domingo, foram 40 palestinos presos, em Ramallah, Jenin, Hebron (Al-Khalil), Nablus, Tulkarm e Tubas — entre os quais, três jornalistas.