
O filme brasileiro “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, foi eleito o melhor filme da Federação Internacional de Críticos de Cinema (Fipresci). A informação foi anunciada nesta terça-feira (2/9).
O longa conquistou o Grand Prix da entidade, reconhecimento concedido anualmente desde 1999 ao título mais votado pela crítica especializada em todo o mundo.
A premiação, que reúne 739 críticos de 75 países, consagrou pela primeira vez uma produção brasileira. A entrega do troféu será feita em 19 de setembro, durante a cerimônia de abertura do Festival de San Sebastián, na Espanha.
A produção nacional concorreu com O Brutalista, Sirāt, O Agente Secreto e Pecadores e foi o mais votado pelo júri composto por 739 críticos de cinema de 75 países diferentes.
O Grand Prix já foi concedido a nomes de peso do cinema internacional, como Jean-Luc Godard, Pedro Almodóvar, Alfonso Cuarón, Michael Haneke, Paul Thomas Anderson, Terrence Malick e Chloé Zhao, o que coloca Walter Salles ao lado dos principais cineastas contemporâneos.
Estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello, “Ainda Estou Aqui” vem acumulando prêmios desde sua estreia no Festival de Veneza de 2024. Entre eles, estão o Oscar de Melhor Filme Internacional, o Globo de Ouro de Melhor Atriz, o Leão de Prata de Melhor Roteiro e 13 estatuetas no Troféu Grande Otelo. No total, já soma reconhecimentos em 61 festivais e premiações nacionais e internacionais.
O filme adapta o livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva e retrata a história real do desaparecimento de seu pai, o ex-deputado Rubens Paiva (interpretado por Mello), durante a ditadura militar. A trama acompanha as consequências da perda para a família, especialmente para Eunice (vivida por Fernanda Torres), que assume a condução da vida doméstica diante da violência política.