Ex-presidente do PSDB e ex-governador de São Paulo, Alberto Goldman divulgou, na quarta-feira (24), em suas redes sociais um vídeo no qual anuncia que, para conter a “direita que baba, que morde, que quer causar mal às pessoas”, votará em Fernando Haddad (PT).
Em seu vídeo, intitulado “Eu não quero pagar pra ver”, o tucano conta que a forma agressiva com que Bolsonaro trata seus opositores e as instituições democráticas, vai fazê-lo “acabar votando em Haddad”.
Goldman fez questão de lembrar que, em todas as eleições desde 2002, PT e PSDB foram adversários nos segundos-turnos das eleições. “Minhas posições foram muito fortemente anti-petistas.
Especificamente quando eu estava no governo Fernando Henrique Cardoso, eu era apenas um deputado”, disse.
“O PT nunca se manifestou como um partido pensando no progresso do país, sempre amarrando o desenvolvimento deste país, fazendo o papel de partido reacionário. Nunca estive com eles, fui oposição”.
Para Goldman, é importante pontuar que o grupo de Bolsonaro “saiu do armário de forma violenta por gloria, honra e trabalho do PT. Bolsonaro é produto do PT.”
“Nunca pensei que poderia um dia votar neles, nunca quis votar neles. Agora nós estamos em uma situação absolutamente diferente, de repente eu me sinto em uma situação difícil. (…) Temos duas candidaturas, a de Haddad pelo PT e a de Bolsonaro, por esta direita raivosa”, continuou.
“Eu estava, até o domingo passado [21], com a disposição de não votar em ninguém. (…) Mas o discurso na Avenida Paulista, feito por videoconferência, pelo candidato a presidente Bolsonaro, no qual ele veio de uma forma tão raivosa, tão absurda, tão inaceitável, dizendo até que as pessoas que fossem suas adversárias poderiam e deveriam ser banidas, mais que banidas, apodreceriam na prisão, é uma linguagem absurda, que não corresponde a lei brasileira, a democracia brasileira, a constituição, não corresponde a nada”, contou.
“Aí eu cheguei à conclusão é que eu não estou disposto a pagar pra ver”, conclui, apesar de não acreditar que as “instituições brasileiras estejam tão frágeis a ponto de perder as características que ganhou de democracia”.
Goldman acrescentou ainda que as ameaças feitas por Bolsonaro e seus seguidores ao STF e a opositores “vermelhos” “ultrapassou qualquer limite do aceitável”.