
Vice-presidente da República se reuniu com centenas de empresários na Cidade do México com o objetivo de “fortalecer a relação comercial Brasil-México e aproximar duas grandes nações para a gente ter mais comércio, mais investimento, mais emprego, mais oportunidades”
Em missão oficial no México, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, se reuniu, na manhã desta quarta-feira (27), com 150 empresários na Cidade do México, dos dois países, visando fortalecer as relações políticas e ampliar os laços comerciais e de investimentos entre os dois países. A missão visa também abrir novos mercados para reduzir os efeitos do tarifaço imposto por Donald Trump às exportações brasileiras aos Estados Unidos.
Na agenda está previsto um audiência com a presidenta do México, Claudia Sheinbaum, no Palácio Nacional.
Ao chegar no México, em entrevista, Alckmin destacou que serão dois dias de trabalho com os setores da agricultura, indústria, serviços, tecnologia, entre muitos, “a pedido do presidente Lula, para a gente fortalecer a relação comercial Brasil-México”. “São duas maiores democracias da América Latina e maiores economias da América Latina. Investimentos recíprocos, complementaridade econômica, comércio exterior, turismo, visto eletrônico, aproximar aí duas grandes nações para a gente ter mais comércio, mais investimento, mais emprego, mais oportunidades”, disse Alckmin.
O “Encontro Empresarial México-Brasil” é realizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em parceria com o Itamaraty. Para o vice-presidente da República, a relação comercial entre os dois países deve ser entendida como uma via de mão dupla. Além disso, a prioridade para o governo brasileiro é fortalecer a parceria em setores como agropecuária, indústria e serviços – o que inclui inteligência artificial e data centers.
“Isso é mão dupla, é ganha-ganha. Nós compramos do México — aliás, nós temos empresas brasileiras que estão instaladas aqui, que também exportam para a gente. Falamos de complementariedade econômica, onde você tem uma melhor competitividade: eu compro de você, onde eu tenho uma competitividade melhor, eu vendo para você. Ganha o conjunto da sociedade e investimentos recíprocos”, afirmou Alckmin.
O México é o sétimo destino das exportações brasileiras, enquanto o Brasil ocupa a nona posição nas vendas mexicanas ao exterior. O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, avaliou que “o Brasil se destaca por sua previsibilidade e estabilidade, atributos fundamentais para atrair investimentos sustentáveis”.
De acordo com a ApexBrasil, o comércio bilateral Brasil-México foi de US$ 13,6 bilhões em 2024. No terceiro mandato do presidente Lula (PT), o México até agora anunciou aproximadamente US$ 7,9 bilhões (R$ 44 bilhões) em investimentos no Brasil, valor superior ao registrado em toda a década anterior (2012–2022).
Por outra via, as importações de produtos mexicanos para o Brasil totalizaram US$ 5,8 bilhões em 2024, com destaques para partes e acessórios de veículos automotivos (US$ 849 milhões), veículos automóveis de passageiros (US$ 757,8 mi) e veículos automóveis para transporte de mercadorias (US$ 264,2 mi).
A comitiva brasileira conta com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro; a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet; e a secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores, Maria Laura. Também participam os presidentes da ApexBrasil, Jorge Viana; da Conab, Edegar Pretto; da Anvisa, Leandro Safatle; e representantes do Ministério da Saúde, Fiocruz e Instituto Butantan; além de empresários e da Confederação Nacional da Indústria (CNI).