Alckmin rasgou elogios ao presidente mais desgastado da história do país convenção do PSDB, realizada em Brasília no último sábado. “O governo Temer herdou uma situação calamitosa e está trabalhando para sair desse quadro”, disse. “O atual governo começou a reverter a tragédia econômica em que o país foi colocado”, acrescentou o tucano, e defendeu que os tucanos votem para garrotear a Previdência.
Captando no ar o desânimo dos participantes da convenção do PSDB, realizada em Brasília no último sábado (9), Geraldo Alckmin tentou animá-los prometendo mudar a sua imagem, conhecida como “picolé de chuchu”.
Mas ficou só na promessa porque, logo em seguida, Alckmin rasgou elogios ao presidente mais desgastado da história do país. “O governo Temer herdou uma situação calamitosa e está trabalhando para sair desse quadro”, disse. “O atual governo começou a reverter a tragédia econômica em que o país foi colocado”, acrescentou o tucano, para espanto dos cabeça-pretas, defensores do abandono imediato do barco semi-afundado de Temer. Disse ainda que seguirá os passos de outra nulidade, Fernando Henrique Cardoso, que, como Temer e Dilma, também se ajoelhou perante os bancos e os monopólios e quebrou o país.
Enquanto ele fazia essas promessas – que ninguém acredita – a tensão entre os tucanos prosseguia e desandou em pancadaria entre convencionais, voando cadeiras pelo auditório. “Há quem duvide de que possamos fazer uma campanha eleitoral à altura das expectativas do ano que vem”, disse ele, obtendo nesta hora a concordância dos presentes. Nessa altura da convenção, Aécio Neves já estava fora do plenário.
Num dado momento parecia que o tucano diria algo que pudesse ser aproveitado. “Defendemos reformas que quebrem privilégios e beneficiem o conjunto da nossa população”, disse. Alguém pensou, finalmente uma crítica a Michel Temer que se aposentou com 55 anos e recebe 45 mil reais de aposentadoria, mas persegue os aposentados que, em sua grande maioria, recebem um salário mínimo. Nada disso. Alckmin seguiu jurando obediência a Temer, Padilha, Carlos Marun e Moreira Franco. “Vamos seguir com a agenda de reformas do governo”, prometeu.
Mostrando desconhecimento do que pensa a bancada de seu partido, em sua maioria contra seguir a reboque da desastrosa administração Temer, Alckmin defendeu o fechamento de questão sobre o apoio à proposta do peemedebista de atacar a Previdência Social e cortar direitos previdenciários. Vendo que não agradou, o governador tentou corrigir dizendo que essa “é minha posição pessoal”.
Mais constrangimento ainda veio para explicar se o partido está fora ou dentro do desgastado governo Temer. “Os dois ministros (tucanos) que tinham uma presença mais política já saíram”, explicou, em referência à saída de Bruno Araújo do Ministério das Cidades e Antonio Imbassahy da Secretaria de Governo. “Então o desembarque já ocorreu”, disse ele, fingindo esquecer que Aloysio Nunes Ferreira, no Itamaraty e Luislinda Valois, nos Direitos Humanos, seguem em seus cargos. Ao final, Arthur Virgílio Neto lançou-se pré-candidato e alertou que a candidatura de Alckmin é tão insosa que acabará dando força para Bolsonaro.
SÉRGIO CRUZ