O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), voltou a criticar a gestão de Jair Bolsonaro (PSL) na presidência da República. Para o tucano, a equipe do governo atual não tem um plano e “está fazendo o Brasil perder tempo”.
“Temos 13,2 milhões de desempregados, cadê a agenda de produtividade? O Brasil não cresce, ficou caro para quem vive aqui, e tem dificuldade de exportação. Cadê a reforma tributária, fiscal?”, questionou.
O ex-presidente do PSDB criticou ainda as novas orientações do governo com respeito às relações exteriores. “A questão da política externa… Uma ideologização, que não é da velha, é da antiga, da antiquíssima política”, disse.
Alckmin não poupou críticas à atuação do governo na economia, na educação e também na segurança pública.
“Quero repetir que não tenho nada de pessoal contra ele (Bolsonaro), mas há um oportunismo de querer se aproveitar enfraquecendo as instituições. Temos é que melhorá-las. Não é estigmatizando que vai avançar. Veja, por exemplo, a educação. Enquanto se discute ideologização ninguém fala do Fundeb, que vai acabar no fim do ano. Como se financia a educação básica? Isso é que é o importante”, afirmou.
Ao avaliar as ações do governo na segurança pública, o tucano criticou o decreto de armas editado pelo presidente. Segundo Alckmin, existe um consenso entre os especialistas de que quanto mais armas, mais crimes ocorrem. “Arma tem que estar na mão da polícia, que é preparadíssima. Não na das pessoas”, completou, durante entrevista à “Folha de S. Paulo” na segunda-feira (3).
Ele também comentou a influência no governo do astrólogo e autoproclamado filósofo Olavo de Carvalho, guru de Bolsonaro: “É estranha essa eminência parda. Não mora no Brasil, não vive as questões do país, não foi eleito… Sobre pauta de comportamento, é preciso ouvir, dialogar. O contrário do que está sendo feito, que é ‘do meu jeito e quem não quer é inimigo’”.
O tucano mandou um recado para João Doria, atual governador paulista. “Política é paciência cívica”, disse Alckmin. “Quem não tiver paciência cívica não pode fazer política. Não nasci ontem”, acrescentou.
Ao encerrar entrevista, ele anunciou que vai dar um tempo na política, após deixar a presidência do PSDB na última sexta-feira (31). “Na política eu vou dar um pit-stop. Gosto muito de estudar. O futuro… É stop, mas é pit. Vamos deixar. O futuro a Deus pertence”, assinalou. O ex-governador é médico de formação e é docente em universidades paulistas.
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