
Campanha do presidenciável da Federação Brasil da Esperança – PT, PCdoB e PV – está pautando o que aflige e interessa à população. Vice na chapa de Lula propõe elevar o piso nacional em debate com religiosos
Por meio de mensagem a evangélicos, em plataforma digital, o candidato a vice na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB), defendeu o reajuste do salário mínimo acima da inflação em eventual governo do petista. A Federação Brasil da Esperança, que sustenta a campanha de Lula, é composta pelo PT, PCdoB e PV.
O vídeo com a fala do ex-governador foi exibido em telão no evento Café com Pastores, neste domingo (29), organizado por Paulo Marcelo Schallenberger, assessor do presidenciável na comunicação com o segmento religioso.
“O salário mínimo está perdendo [perdeu] o poder de compra, 70% dos aposentados e pensionistas ganham apenas um salário mínimo, R$ 1.212. Nós vamos levar o salário acima da inflação, para melhorar o poder de compra”, disse Alckmin na gravação.
Schallenberger, segundo a assessoria de Lula, prepara uma série de reuniões de Geraldo Alckmin com chefes de igrejas menores e dispersas pelo país. A estratégia foi traçada a partir da leitura de que as principais lideranças do segmento já estão associadas ao presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição.
“TRABALHO BELÍSSIMO DE EVANGELIZAÇÃO”
Ele também pediu orações e agradeceu às igrejas pelo76 “trabalho belíssimo de evangelização” e por cuidar “das famílias e dos mais necessitados”.
A chapa quer lembrar medidas positivas dos governos Lula (2003-2010) para os evangélicos, como a sanção da lei que conferiu personalidade jurídica às igrejas. Questões econômicas, como a perda do poder de compra sob a gestão do atual presidente, também foram foco do discurso.
SEGMENTO DIVIDIDO
A campanha da Federação Brasil da Esperança vai disputar com Bolsonaro o voto dos evangélicos.
Pesquisa Datafolha publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, divulgada na última sexta-feira (27), aponta que os evangélicos, tradicionais aliados de Jair Bolsonaro, estão divididos na corrida presidencial de 2022.
No primeiro turno, 39% dos que se dizem evangélicos declararam intenção de voto em Bolsonaro, e 36% em Lula. A diferença está na margem de erro.
SEGUNDO TURNO
No segundo turno, em caso de disputa entre Bolsonaro e Lula, 47% disseram que vão votar no presidente atual, e 45% disseram que vão votar no ex-presidente.
A pesquisa também mostrou a intenção de evangélicos que declararam voto em outros candidatos:
- Ciro Gomes (PDT): 6%
- André Janones (Avante): 3%
- Simone Tebet (MDB): 2%
- Pablo Marçal (Pros): 1%
- Vera Lúcia (PSTU): 1%
- Felipe d’Avila (Novo): 0%
- Sofia Manzano (PCB): 0%
- Leonardo Péricles (UP): 0%
- Eymael (Democracia Cristã): 0%
- Luciano Bivar (União Brasil): 0%
- General Santos Cruz (Podemos): n/i
- Em branco/nulo/nenhum: 8%
REJEIÇÃO
A pesquisa também revelou divisão na rejeição aos pré-candidatos: 40% dos evangélicos dizem que não votariam de jeito nenhum, no primeiro turno, em Bolsonaro, e 46% não votariam em Lula.
O Datafolha entrevistou 2.556 pessoas em 181 cidades, na última quarta (25) e quinta-feira (26). A margem de erro é de quatro pontos percentuais, para mais ou menos, se levado em conta apenas o recorte evangélico.
Segundo o instituto, os evangélicos compõem 27% do eleitorado religioso brasileiro. O maior bloco é o católico: 50%.
Veja o vídeo: