O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, participou, na terça-feira (30), da cerimônia de posse do presidente eleito do Irã, Masoud Pezeshkian.
Cerca de 80 delegações estrangeiras estiveram na capital iraniana, Teerã, para presenciar a posse.
Geraldo Alckmin também participou, representando o governo brasileiro, de um jantar oferecido por Masoud Pezeshkian.
Foi marcada para esta quarta-feira (31) uma reunião entre os dois. No mesmo dia, o vice-presidente tem marcado um encontro com empresários na Câmara de Comércio do Irã.
Os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, chefiado por Alckmin, mostram que o Irã importou, em 2023, US$ 2,3 bilhões em mercadorias, em especial soja e milho.
As exportações do país para o Brasil chegaram a US$ 3,8 bilhões ao longo do ano passado. O Irã foi, em 2023, o 32º país do qual o Brasil mais importa.
Em janeiro de 2024, o Irã passou a participar, junto com o Egito, Emirados Árabes, Arábia Saudita e Etiópia, como novo membro do BRICS. Além do Brasil, o grupo também é composto pela Rússia, Índia, China e África do Sul.
Durante a cerimônia de posse, Geraldo Alckmin esteve sentado a poucos metros do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, que foi assassinado nesta quarta-feira por Israel.
Ismail Haniyeh foi morto junto de seu segurança em sua residência em Teerã por volta das 2h da manhã do horário local.
O recém-empossado presidente Masoud Pezeshkian apontou que o Irã “defenderá sua integridade territorial, sua honra, seu orgulho e sua dignidade, e fará com que os terroristas invasores se arrependam de sua ação covarde”.
O Ministério das Relações Exteriores brasileiro repudiou “o flagrante desrespeito á soberania e à integridade territorial do Irã, em clara violação aos princípios da Carta das Nações Unidas”, e disse que “interromper a grave escalada de tensões no Oriente Médio é essencial para implementar cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza”.
“Tais atos dificultam ainda mais as chances de solução política para o conflito em Gaza, ao impactarem negativamente as conversações que vinham ocorrendo para um cessar-fogo e a libertação dos reféns”, continuou a nota.
“O Brasil reitera o apelo a todos os atores para que exerçam máxima contenção, de modo a impedir que a região entre em conflito de grandes proporções e consequências imprevisíveis, às custas de vidas civis e inocentes, bem como exorta a comunidade internacional para que envide todos os esforços possíveis com vistas a promover o diálogo e conter o agravamento das hostilidades”, enfatiza, ainda, o documento.