As articulações que Michel Temer tem desenvolvido junto a integrantes da cúpula do tucanato, entre eles Fernando Henrique Cardoso e o ex-prefeito João Doria, pré-candidato do PSDB ao governo de São Paulo, têm causado incômodo na pré-campanha presidencial do presidente da sigla, Geraldo Alckmin. O grupo teme os efeitos da rejeição recorde do governo.
“É desastroso qualquer movimento de associar Alckmin com o governo Temer”, disse um integrante da campanha ao blog do Camarotti (G1). O presidente da República é rejeitado por 79% do eleitorado e o núcleo duro da campanha de Alckmin decidiu fazer um discurso preventivo para evitar qualquer tipo de aproximação.
Mas o grupo também está preocupado com a própria sobrevivência da candidatura de Alckmin. Esse tema tem feito parte das conversas de Temer com os tucanos. Na terça-feira (3), ele ofereceu um almoço a Fernando Henrique Cardoso, em Brasília, que teve como tema principal as incertezas que dominam a disputa para o Palácio do Planalto. Na noite anterior, Temer já havia recebido João Dória.
A reunião entre Temer e FHC fez ressurgir os rumores sobre a construção de uma “alternativa” para unir o centro. A possibilidade de substituição de Geraldo Alckmin por João Doria na chapa presidencial do PSDB tem feito parte de conversas nos últimos dias entre políticos tucanos, do DEM e do PMDB.
Por conta disso, a ordem entre os integrantes do núcleo central da pré-campanha do ex-governador é rebater esse movimento.
Alckmin é um homem muito coerente. O Brasil está precisando de alguém com esse perfil.