O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) se exaltou ao microfone ao ser cobrado pelo deputado federal Major Olimpio (SD) sobre o aumento salarial dos servidores e contra a morte de policiais no estado.
Ele participava de uma cerimônia de entrega de viaturas, na cidade de São Carlos, interior do estado, quando um grupo de manifestantes se aproximou da tenda do evento junto com o Major Olímpio. Com faixas e cartazes, eles gritavam palavras de ordem contra a morte de policiais, o atraso de salários de servidores públicos, a falta de reajuste e falta de segurança nas escolas.
O deputado federal começou a cobrar o secretário de Segurança Pública de Alckmin. “Cadê o salário da polícia, secretário?”,
Em meio a bate-boca entre o deputado e correligionários do governador, Alckmin se dirigiu ao deputado aos berros, visivelmente desestabilizado: “Alguém aqui ganha R$ 50 mil do povo de São Paulo? É ele que está gritando […] Não pode olhar no rosto dos brasileiros de São Paulo, R$ 50 mil por mês. Vergonha!”, esbravejou.
O deputado disse que ficou “surpreso” com o tom do tucano. “Alckmin mostrou o desespero dele e falta de argumento ao me chamar de marajá”, disse o deputado, que garante receber somente a aposentadoria de major da Polícia Militar (PM), de R$ 13 mil, além do salário do deputado federal.
Após a discussão com o governador, o deputado federal protocolou na segunda-feira (18), uma representação no Ministério Público contra o tucano, pedindo esclarecimentos sobre os gastos dele e da família, além do salário do secretário de Estado da Segurança, Mágino Alves, que é procurador de Justiça.
O deputado pede ao Ministério Público que apure possível ato de improbidade administrativa do governador e do secretário relacionado à cerimônia que ocorreu no sábado, que, segundo ele, tinha “um viés puramente eleitoral”. “Em virtude dessa ordem ilegal do governador e seu secretário, os policiais deixaram de trabalhar e se deslocaram de localidades distantes, para que o governador e seu secretário praticassem mais uma fraude contra o povo paulista”, afirmou Olímpio na representação.