Segunda maior votação da história. Amapaense já ocupou o cargo entre 2019 e 2021
Davi Alcolumbre (União-AP) foi eleito presidente do Senado Federal, neste sábado (1º). Ele foi chancelado para o cargo, com 73 votos dos 81 senadores que compõem a Casa.
O resultado, no entanto, não é recorde, porque Mauro Benevides (MDB-CE) e José Sarney (MDB-AP) tiveram, respectivamente, 76 votos cada em 1991 e 2003.
O resultado majoritário obtido por Alcolumbre era aguardado, sem surpresas, e ele, então, estará à frente da Casa e do Congresso Nacional pelos próximos 2 anos — 2025 e 2026.
Os candidatos avulsos — senadores Eduardo Girão (Novo-CE) e Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) —, tiveram 4 votos cada. Os senadores Marcos do Val (Podemos-ES) e Soraya Thronicke (Podemos-MS) retiraram/renunciaram às respectivas candidaturas durante a reunião preparatória.
CONCILIADOR E ALIADO DO GOVERNO
Em discurso antes da votação, Alcolumbre disse que é “essencial respeitar as decisões judiciais”, mas ponderou que “é igualmente indispensável respeitar as prerrogativas do Legislativo e garantir que este Parlamento possa exercer seu dever constitucional de legislar.”
O presidente Lula (PT) exonerou os 10 ministros com mandatos parlamentares para que pudessem votar, no agora, presidente do Senado.
Alcolumbre declarou que “o discurso de ódio e as agressões contaminam as redes sociais. Precisamos reconstruir pontes e lembrar que os adversários são parceiros no debate democrático.”
Ele se comprometeu com mais protagonismo do Senado em relação à Câmara, e assumiu o compromisso de não permitir que a Câmara tenha a palavra final sobre projetos que têm origem no Senado.
AMPLA COMPOSIÇÃO
A votação recebida por Alcolumbre, o novo presidente do Senado e, consequentemente, do Congresso Nacional, expressa a capacidade de articular grande aliança política ao redor da candidatura dele.
Partidos antagônicos como PT e PL apoiaram Alcolumbre em troca de cargos importantes na Casa, assim como siglas do Centrão como PP, Republicanos, PSD e outras.
NOVO MANDATO
Alcolumbre volta ao cargo depois de ocupá-lo entre 2019 e 2021. Ele elegeu como sucessor o aliado político Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que exerceu 2 mandatos, entre 2021 e 2025.
Antes, Alcolumbre tentou, via STF (Supremo Tribunal Federal) mudar o regimento interno do Senado para conseguir concorrer a mais um mandato, mas a Corte manteve a proibição da reeleição de presidentes do Legislativo na mesma legislatura.
O senador, então, esperou 4 anos para concorrer novamente.
Na legislatura que se iniciou em 2023, Alcolumbre ocupou a presidência da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), o colegiado temático mais importante da Casa.
NOVA MESA DIRETORA
Em sessão seguinte, o Senado elegeu a nova Mesa Diretora, por meio de chapa única, e por aclamação:
• Primeira Vice-presidência: Eduardo Gomes (PL-TO);
• Segunda Vice-presidência: Humberto Costa (PT-PE);
• Primeira Secretaria: Daniella Ribeiro (PSD-PB);
• Segunda Secretaria: Confúcio Moura (MDB-RO);
• Terceira Secretaria: Ana Paula Lobato (PDT-MA);
• Quarta Secretaria: Dr. Hiran (PP-RR) e Laércio Oliveira (PP-SE); e
• Suplência de Secretaria: Chico Rodrigues (PSB-RR).
PERFIL
Alcolumbre tem 47 anos e exerce o segundo mandato como senador. Foi reeleito em 2022.
Estreou na política elegendo-se vereador de Macapá (AP). Na sequência, foi eleito deputado federal por 3 mandatos. Foi secretário municipal de Obras Públicas e Serviços Públicos de Macapá.