“Esperamos que daqui a poucos meses os juros caiam e o crédito fique mais acessível”, afirmou o vice-presidente Geraldo Alckmin ao anunciar as medidas
O governo federal divulgou na segunda-feira o programa de medidas para baratear o preço dos carros novos, anunciado em 25 de maio e agora ampliado para caminhões e ônibus no país.
A medida tenta impulsionar as vendas das montadoras, que estão com os seus pátios abarrotados de veículos diante da fraca demanda, uma consequência dos juros altos no Brasil, mas também do alto preço do carro vendido no país pelas montadoras estrangeiras.
O programa para barateamento de veículos e de renovação de caminhões e ônibus, anunciado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, propõe um uma concessão de descontos para veículos patrocinado por subsídios de impostos da ordem de R$ 1,5 bilhão.
Desse total, R$ 500 milhões serão destinados para aquisição de automóvel e veículo leve sustentável e R$ 1 bilhão para transporte de cargas ou de passageiros, sendo R$ 700 milhões para transporte de cargas e R$ 300 milhões para transporte de passageiros. O programa terá duração de 120 dias e poderá acabar antes caso o total de R$ 1,5 bilhão se esgotar.
“Esperamos que daqui a poucos meses os juros caiam e o crédito fique mais acessível”, afirmou o vice-presidente Geraldo Alckmin durante o anúncio, no Palácio do Planalto, destacando que com a redução dos juros o programa não será mais necessário.
Nos 15 primeiros dias de funcionamento do programa, somente pessoas físicas poderão comprar veículos de passeio, caminhões ou ônibus com a possibilidade de prorrogação desse prazo para 60 dias. A primeira parte do programa trata apenas de veículos de passeio que custam até R$ 120 mil, cujos descontos serão de R$ 2 mil a R$ 8 mil, tendo como base em três fatores: nível de emissão de carbono, capacidade de “gerar emprego e crescimento no entorno” e preço do automóvel.
Para caminhões e ônibus, os descontos serão de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil. O critério levado em conta para os descontos, nesse caso, será o preço.
O incentivo fiscal para as montadoras de veículos estrangeiras, que impõe aos consumidores brasileiros os maiores preços de carros do mundo, e as demais montadoras brasileiras será compensado pela oneração do diesel em 0,11 por meio do PIS/Cofins, a partir de setembro até dezembro, conforme previsto na Medida Provisória, publicada nesta terça-feira no Diário Oficial da União (DOU).
FÁBRICAS PARADAS, PRODUÇÃO E VENDAS EM QUEDA
De acordo com a Anfavea, nove paralisações aconteceram no mês de abril, um recorde de fábricas paradas este ano. A produção de autoveículos, que inclui entre eles os comerciais leves, caminhões e ônibus, no mês de abril, caiu 19,4% em relação a março, e as vendas recuaram 19,2% no mesmo período.