Diferente do povo brasileiro que pega no serviço junto com a nascer do sol e só volta para casa já tarde da noite, Bolsonaro vive como um ‘bon vivan’, fazendo motociatas e se divertindo. Depois ele e Guedes, principalmente este último, chamam os servidores e demais trabalhadores de ‘vagabundos’
Nem precisava tanto esforço, mas três acadêmicos se reuniram e resolveram esmiuçar o dia a dia da agenda de Jair Bolsonaro em Brasília, num estudo chamado “Deixa o Homem Trabalhar”, e concluíram que ele não gosta do batente.
O estudo constatou que o presidente da República trabalhou, em média, 4,8 horas por dia nos três anos e meio de governo. O resto do tempo foi usado em passeios, viagens, churrascos, praias, jet ski, lanchas, aglomerações, etc. O estudo foi publicado no perfil do cientista político Dalson Figueiredo.
Diferente do povo brasileiro que pega no serviço junto com a nascer do sol e só volta para casa já tarde da noite, Bolsonaro vive como um bon vivan, fazendo motociatas e se divertindo. Tudo, é claro com o cartão corporativo. Nada sai do bolso dele. Pelo contrário, só entra. Pelo jeito, não só dinheiro, mas até barra de ouro, afinal, o seu pastor mais chegado foi flagrado pedindo propina em ouro no MEC.
REUNIÃO NEM PENSAR
Também chamou a atenção dos pesquisadores o pouco tempo usado pelo chefe do Executivo em reuniões ministeriais. O documento apontou que Bolsonaro gastou, em média, menos de uma hora em compromissos oficiais com ministros de estado. Já as motociatas e os passeios levavam o dia inteiro. Aliás, uma das poucas reuniões ministeriais em que ele participou, foi aquela famosa de 22 de abril de 2020 onde as baixarias ficaram evidentes, além da tentativa de aparelhar a Polícia Federal.
Outra coisa que já vinha sendo observada pela população é que ele trabalha cada vez menos. A quantidade média de sua carga de trabalho, segundo o estudo, tem caído nos últimos tempos: passou de 5,6 horas em 2019 para só 3,6 horas este ano, considerando a sua agenda oficial. É que no começo ele disfarçava mais, depois foi largando o país cada vez mais à deriva. Outro dia, chegou a confessar que estava de “saco cheio” e que, por ele, largava tudo e ficava na praia pescando.
PREOCUPAÇÃO É SE DIVERTIR E PROTEGER BANDIDOS
Pois é exatamente isso o que ele está fazendo. O país vive uma crise sem precedentes. A inflação em disparada já passou dos dois dígitos, os salários estão congelados e a renda não para de cair. Milhões de brasileiros não encontram emprego. E o que se vê da parte do Planalto? Só se vê Bolsonaro passeando, fazendo motociatas e criando confusão. Esta semana, o assunto não era a necessidade de mais investimentos e como enfrentar a explosão dos preços, era ele defendendo bandidos condenados, anunciando que vai desrespeitar decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e outras afrontas.
O estudo é revelador de que o traste não trabalha. Na sexta-feira quase não há expediente. Comparando a média geral (4,8 horas) com a média da sexta-feira (4,3 horas), a diferença é significativa. Segundo o estudo, “isso significa que o número de horas de trabalho no último dia útil da semana é sistematicamente diferente da quantidade de horas trabalhadas em um dia normal, o famoso ‘sextou’.” O texto aponta, ainda, que Bolsonaro trabalha, em média, 18 horas semanais a menos que um trabalhador regido pela CLT e 14 horas semanais a menos do que um servidor público federal da administração direta.
E depois ele e Paulo Guedes, outro desocupado, têm o cinismo e a cara de pau de dizer que professores, médicos, enfermeiros, policiais, bombeiros, etc, ou seja, os servidores públicos, são vagabundos. Eles só podem dize isso se olhando no espelho. Este último, além de não trabalhar, guarda uma fortuna calculada em R$ 50 milhões em paraísos fiscais. Parece mentira, mas não é. O Ministro da Economia, aquele que deveria zelar pela economia do país, esconde dinheiro em arapucas na Europa para fugir do fisco.
AJUDOU A ESPALHAR O VÍRUS E COMBATEU AS VACINAS
O estudo é revelador também do completo descaso de Bolsonaro com a tragédia que foi a pandemia no Brasil. Bolsonaro participou de apenas cinco compromissos oficiais envolvendo explicitamente o tema vacina na descrição do evento. “Isso representa 0,88% dos 5.693 registros da Agenda Oficial realizados entre 1º de janeiro de 2019 e 6 de fevereiro de 2022”, aponta o estudo. E todas as vezes que participou foi para atacar as vacinas, receitar remédios ineficazes e ajudar a disseminar o vírus.
Os cinco eventos para tratar da compra de imunizantes para Covid-19 tiveram duração média de 0,9 hora por compromisso, totalizando 4,3 horas — esse período, segundo o levantamento, equivale ao tempo de três almoços por parte do presidente. Desde 2020, quando chegou ao país, a pandemia vitimou mais de 660 mil brasileiros. Ele não trabalhou contra a pandemia e tentou impedir que governadores e prefeitos trabalhassem. Não fosse o STF garantir as medidas tomadas pelo demais entes da federação e a tragédia seria ainda maior.