A Alemanha – um dos países mais beneficiados quando da assinatura do Tratado de Proibição dos Mísseis Nucleares Intermediários (INF) – classificou a ameaça do governo Trump de retirada unilateral do acordo de “iniciativa destrutiva”.
O ministro das Relações Exteriores alemão, Heiko Maas, pediu a Washington que leve em consideração “as consequências” da retirada do INF, incluindo seu impacto na segurança europeia e nos futuros esforços de desarmamento nuclear. O INF “tem sido há 30 anos um importante pilar da nossa arquitetura de segurança europeia”. Maas também instou Moscou a tratar das alegações de que “está violando o acordo”.
O chefe da diplomacia alemã caracterizou a declaração do governo Trump de sair do tratado INF de “lamentável”, acrescentando que essa decisão “coloca a Europa e a nós diante de questões difíceis”. Pelo tratado, assinado em 1987, quando a fronteira da Guerra Fria passava em meio à Alemanha, ficou proibido instalar ou testar mísseis de alcance intermediário baseados em terra.
Maas advertiu que a retirada dos EUA do INF afetará negativamente as perspectivas de futuros tratados estratégicos de limitação de armas, que disse serem urgentemente necessários. O desrespeito a um tratado de não-proliferação por parte de Washington também sabota, em geral, as perspectivas de respeito à não-proliferação por parte dos estados não-nucleares.