Seis dias após o governador do Havaí explicar que o alerta falso de “míssil chegando” foi “erro de um funcionário que apertou o botão errado”, a TV pública japonesa NHK, que na segunda-feira enviara mensagem de “míssil norte-coreano vindo aí”, chegou à mesma conclusão: um funcionário, que queria transmitir outra mensagem a 300 mil celulares conectados, acabou enviando o alerta errado.
No caso do Japão, o falso alerta dizia: “A Coreia parece ter lançado um míssil, Governo: procure abrigo em prédios e porões”. Minutos depois – que devem ter parecido anos para quem recebeu o “alerta” – a emissora enviou mensagem de correção, relatando que “o alerta do míssil da Coreia do Norte foi um erro”.
A NHK alegou que o alerta de míssil estava preparado de antemão para uma possível emergência, mas que para ser divulgado deveria passar pelo aval de outras instâncias. Depois, a emissora também se retratou ao vivo na tevê e pela internet.
O alerta falso de “míssil chegando ao Havaí”, enviado pelo serviço de emergência do estado, no sábado (14), levou o pânico à população por 38 minutos, até as autoridades anunciarem que se tratava de erro de um funcionário que “apertou o botão errado”.
O alerta, que chegou a celulares e foi repetido na tevê e no rádio, dizia ainda que “isto não é treino” e dava 15 minutos para os moradores buscarem um abrigo.
Para piorar, desde que Trump iniciou a escalada contra a Coreia Popular, os residentes do Havaí têm sido instruídos pelas autoridades a fazer planos de emergência, como disse ao Guardian um morador da ilha de Kauai: “é muito real”. Apavorado, reuniu a família e correu para um prédio usado como abrigo contra furacões.
Outros não tinham para onde ir e as cenas de famílias chorando e se abraçando, na rua, também não faltaram. Lojas fecharam as portas. O sistema de sirenes não funcionava. Com supostamente a morte chegando assim de repente, não faltou quem recorresse à última dose de uísque. O estoque de fraldões não deu conta.
Já os turistas, sem saber o que fazer ou para onde correr, ficavam dentro dos carros esperando a hora fatal. Em Oahu, ocorria uma corrida de resistência e o melhor que os atletas conseguiram foi se abrigarem debaixo de uma ponte.
O governador do Havaí, David Ige, asseverou à CNN que o falso alarme foi “um erro feito durante um procedimento padrão na mudança de turno e um empregado apertou o botão errado”. Em mensagem no Twitter, ele pediu desculpas pelo falso alerta. Também pediu a paz e o fim do confronto com a Coreia Popular.
“Estamos fazendo tudo o que podemos para evitar que isso aconteça novamente … Nós também devemos fazer o que podemos para exigir a paz e uma desescalada com a Coreia do Norte, de modo que as advertências e as sirenes possam tornar-se uma coisa do passado”, acrescentou Ige.