
“Quem impulsiona anistia para Bolsonaro são sempre aqueles que estão mais preocupados com ele do que com a anistia de 8 de janeiro”, observa o deputado Pedro Campos. Foram “usados” e “abandonados”
O deputado Pedro Campos (PE), líder do PSB, afirmou que os aliados de Jair Bolsonaro no Congresso Nacional só querem um projeto de anistia que inclua o ex-presidente.
Já os que participaram do ataque de 8 de janeiro, segundo o parlamentar, foram “usados” e “abandonados”.
“Quem impulsiona anistia para Bolsonaro são sempre aqueles que estão mais preocupados com ele do que com a anistia de 8 de janeiro. É o pessoal mais ligado ao próprio Bolsonaro e do PL”, comentou o parlamentar.
“Se você for ver, essa temperatura da anistia sempre sobe quando o Bolsonaro está em risco. Quando é só sobre as pessoas do 8 de Janeiro, o PL não fica nessa comoção toda”, comentou.
Os bolsonaristas reforçaram a pressão pela anistia durante o julgamento de Jair Bolsonaro. O presidente da Câmara Hugo Motta (Republicanos-PB) disse, em reunião nesta terça-feira (16), aos líderes partidários que poderá pautar o projeto de urgência para a anistia, mas nada de concreto foi feito nesse sentido.
Para Pedro Campos, as pessoas que foram presas durante o ataque de 8 de janeiro “sempre foram usadas” por Jair Bolsonaro. “Foram abandonadas por ele desde o dia que ele pegou um avião e foi para os Estados Unidos e continuam abandonadas por ele. Se elas forem esperar por Bolsonaro para serem soltas, não vão ser soltas nunca”.
Mesmo que seja aprovada no Congresso Nacional, uma anistia a condenados por tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do estado democrático de direito pode ser barrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O ex-ministro da Corte, Celso de Mello, falou publicamente que a proposta de anistia “ofende postulados constitucionais protegidos por cláusulas pétreas, tanto de natureza explícita quanto de caráter implícito”.
“Conceder anistia a quem perverte a democracia e subverte o Estado de Direito traduz ato que afronta e dessacraliza, uma vez mais, a soberana autoridade da Constituição da República”.