
Pela soberania do Brasil. Se uma nação estrangeira “quiser inviabilizar o Brasil, vai fazê-lo pelo mar”, adverte Alexandre Rabello de Faria, chefe da área de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha
O almirante Alexandre Rabello de Faria, chefe da área de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, defendeu que o Brasil deve ter uma frota de submarinos nucleares “suficientemente dissuasória” e capaz de defender a costa brasileira.
Em entrevista à CNN, o almirante destacou a distância de capacidade e tecnologia entre um submarino convencional e um que utiliza energia nuclear. O primeiro, saindo de uma base no Sul ou Sudeste, “levaria 15 dias para chegar à foz do Amazonas. Um nuclear levaria três dias”.
O submarino nuclear “nos dá essa projeção para defesa e é a verdadeira dissuasão militar contra ameaças”.
Alexandre Rabello de Faria falou de um cenário hipotético em que uma nação estrangeira, supostamente preocupada com o narcotráfico, envie uma frota para a costa do Brasil. Esse foi o caso dos Estados Unidos contra a Venezuela.
“A resposta da Marinha é a que me parece mais adequada, que é ter uma frota de submarinos nucleares” que seja “suficientemente dissuasória”, assinalou.
Um cenário hipotético em que uma nação estrangeira, supostamente preocupada com o narcotráfico, envie uma frota para a costa do Brasil, exemplificou o almirante
Ele ainda falou que o desenvolvimento do submarino nuclear brasileiro “é um projeto de conquista da ciência, porque ninguém nos ensinou o que estamos fazendo. É um projeto de engenheiros brasileiros”.
O diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha avalia que se uma nação estrangeira “quiser inviabilizar o Brasil, vai fazê-lo pelo mar”, uma vez que o país é “absolutamente dependente do mar”. “Então é pelo mar que nós temos que ser fortes”.
Segundo o almirante Rabello de Faria, 95% do volume de comércio exterior do Brasil é realizado pelo mar, assim como 90% da extração de petróleo.
Ele comentou que, “além do submarino, precisamos ter um sistema que nos alerte dessas ameaças”. O militar indicou que a “fronteira marítima é a mais vulnerável”.
O projeto para o desenvolvimento do submarino de propulsão nuclear brasileiro teve início em 2012 e hoje conta com 200 engenheiros e especialistas da Marinha. O Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), que também inclui submarinos convencionais, estabeleceu contratos com uma empresa francesa para transferência de tecnologia.