Alta de combustíveis subleva Cazaquistão e ministros são afastados

Prédio da Câmara Municipal da maior cidade, Almaty, invadido (Editorials 24)

Manifestações de protesto tomaram conta de diversas cidades do Cazaquistão, depois do anúncio de mais um aumento no preço dos combustíveis, principalmente o gás.

O presidente Kassym-Jomart Tokayev declarou estado de emergência e todos os ministros de seu governo renunciaram nesta quarta-feira (5), depois de dias de sublevação. O vice-premiê, Alikhan Smailov, foi indicado para a função de primeiro-ministro interino.

A maior cidade do país, Almaty, foi palco de protestos e confronto com forças policiais. Viaturas policiais foram incendiadas, segundo informa a agência AFP, segundo a qual, foram usadas bombas de gás lacrimogêneo e de percussão para dispersar a multidão que invadiu o prédio da Câmara Municipal local.

O presidente condenou a “invasão a prédios de governo”, mas disse que iria “discutir o atendimento às demandas socio-econômicas”.

Os primeiros atos de rebelião ocorreram durante o final de semana (1º e 2 de janeiro) na cidade de Zhanaozen, a mesma localidade onde, em dezembro, um protesto foi reprimido deixando 16 civis mortos.  

Além dessas duas cidades, prédios governamentais foram atacados por multidões rebeladas nas cidade de Shymkent e Taraz. No total, segundo indica o jornal The Guardian, 95 policiais ficaram feridos durante os protestos.

O preço do gás veicular (muito usado na região oeste do Cazaquistão) dobrou em questão de dias. Tokayev declarou que irá restituir o preço anterior ao gás e, em recomendação aos governadores das províncias, pediu que os governos locais ajudem a monitorar o preço dos combustíveis, gasolina e diesel, assim como “outros produtos socialmente importantes”.

Também anunciou que irá enviar uma lei permitindo a falência pessoal, com parcelamento de dívidas facilitado, assim como o congelamento de preços de serviços e o subsídio a aluguéis das famílias pobres.

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