Aumentos dos alimentos, da energia elétrica e no gás de cozinha continuam pesando mais no bolso do consumidor de renda muito baixa, que recebe até R$ 1.650,50, diz Ipea
O aumento na conta de luz e no botijão de gás continua pesando mais no bolso do consumidor de renda muito baixa, que recebe até R$ 1.650,50. Segundo o Indicador de Inflação por Faixa de Renda, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), nesta sexta-feira (13/8), a aceleração da taxa de inflação atingiu todas as faixas de renda no mês de julho, mas o o aumento de preços foi maior para as famílias de renda muito baixa (1,12%), comparativamente às de renda alta (0,88%), em relação mês de julho. O aumento na conta de luz e no botijão de gás continua pesando mais no bolso do consumidor de renda muito baixa, que recebe até R$ 1.650,50
“O principal impacto veio do reajuste de 7,88% das tarifas de energia elétrica, refletindo a elevação do custo da bandeira vermelha nível 2. Outro impacto para esse grupo veio da alta do petróleo, aliada a uma leve desvalorização cambial, que elevou o preço do gás de botijão. A variação foi de 4,17% em julho, décima quarta elevação seguida registrada”, diz o Ipea.
O estudo só confirma o descaso de Bolsonaro com a população que mais precisa, quando diz que não tem nada a ver com a alta do preço do botijão de gás. A energia elétrica e o gás de cozinha são produtos necessariamente monitorados pelo governo. Com aval de Bolsonaro os preços são lançados na lua.
O segundo grupo que mais contribuiu para a alta da inflação dos domicílios de renda muito baixa foi o de alimentação e bebidas, apontou o Ipea, destacando a elevação dos preços das carnes (0,77%), das aves e ovos (2,84%) e de leites e derivados (1,28%). “Essas famílias também experimentaram influência do aumento dos transportes, sobretudo, dos reajustes dos ônibus urbano (0,38%), intermunicipal (0,34%) e interestadual (0,55%)”.
A inflação acumulada ao longo do ano também mostrou que no grupo de menor renda foi de 4,8% e de maior renda, de 4,28%. “Por outro lado, o grupo que apresenta a maior alta acumulada do ano é o de famílias de média-baixa, que recebem entre R$ 2.471,09 e R$ 4.127,41, com variação de 5% no ano”, destaca o estudo.
“Os dados acumulados em doze meses mostram que, apesar da aceleração inflacionária generalizada para todas as faixas de renda, a taxa de inflação das famílias de renda muito baixa (10,1%), cuja inflação acumulada no período é a maior registrada desde agosto de 2016 (10,6%), em patamar acima da observada na faixa de renda alta (7,1%), ainda pressionada pelas altas de 16% dos alimentos no domicílio, de 20,1% da energia elétrica e de 29,3% do gás de botijão no período. Já para as famílias de renda mais alta, boa parte dessa inflação acumulada vem do reajuste de 41,3% dos combustíveis, de 42,9% das passagens aéreas e de 13,0% dos aparelhos eletroeletrônicos no período”.