O senador Alvaro Dias (PR), pré-candidato a presidência da República pelo Podemos, criticou a política de aumentos dos preços dos combustíveis, que tem como referência os preços do petróleo praticados internacionalmente e atrelados ao dólar. Em pronunciamento na tribuna, o parlamentar disse que é preciso discutir uma nova política de preços que leve em consideração o custo do barril produzido no Brasil. “Não há como não discutir uma nova política de preços a ser adotada pela Petrobrás”, disse.
Ele também condenou o número de empresas de importação dos derivados de petróleo. “Não foram os brasileiros que assaltaram a Petrobrás. É possível, sim, reduzir o lucro sem trabalhar com prejuízo. Não há por que permitir 392 empresas importando derivado de petróleo”. Segundo o senador, a partir de 2016, “temos 33% a mais de empresas importadoras de derivados de petróleo”. “Isso pode ser bom para os acionistas da Petrobrás, mas é péssimo para o Brasil, é péssimo para os brasileiros”, afirmou.
“Nós sabemos que temos o suficiente para atender à demanda nacional. Nós produzimos mais barris de petróleo do que consumimos. Certamente, se praticássemos preços no Brasil referentes ao custo do barril de petróleo, estaríamos oferecendo preços muito inferiores aos que são praticados atualmente”, afirmou.
Alvaro Dias lembrou que desde 2016, quando “Michel Temer autorizou por decreto a Petrobrás a promover reajustes sistemáticos dos preços dos combustíveis, nós passamos a viver o drama diário da ameaça permanente da inviabilização de certos setores da economia, notadamente aqueles que trabalham com o transporte”.
Segundo o senador, com a autorização para praticar a política de preços que vem praticando, a estatal tem como referência os preços internacionais do petróleo. “E nos últimos três meses nós tivemos uma elevação de 23% desses preços”, frisou.
“Temos a possibilidade de produzir muito mais. Não se entende porque houve essa determinação do governo para que a Petrobrás, através das suas refinarias, trabalhe na baixa, ao invés de trabalhar a pleno vapor”, ressaltou.