Durante protesto em frente ao Hospital 28 de Agosto, na manhã desta segunda-feira (27), profissionais da saúde imploraram por ajuda das autoridades responsáveis por equipamentos de proteção da categoria.
Segundo o Sindicato dos Enfermeiros do Amazonas, mais de 1.200 profissionais estão afastados de suas atividades, e esse número cresce a cada dia.
A falta de equipamentos de proteção adequados para tratar infectados pela Covid-19 e o período de oito meses sem receber salários são apontados como os motivos para que os profissionais da saúde estejam doentes.
Com a foto dos colegas de saúde que morreram por Covid-19, um enfermeiro chorou ao dizer que trabalha em condições desumanas. Aos prantos ele destacou que ao ficar doente, não recebeu atendimento do próprio hospital que trabalha. “Estamos sofrendo represálias, nesse momento a direção do hospital está ligando pra gente para fazer ameaças. Nãos temos equipamentos, ninguém olha para gente Nossa classe está morrendo ao trabalhar na linha de frente”, desabafou.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, um profissional da saúde, identificado como Miro, denuncia a falta de EPI’s no Hospital e Pronto Socorro 28 de Agosto, onde trabalha há 13 anos na UTI.
“Trabalho na maior UTI da América Latina e tá sucateada. Não temos materiais, é um kit de EPI por noite e a gente se contamina com sangue, secreção e não tem outro para trocar. É um despreparo do governo, nos colocar na linha de frente, onde todo mundo precisa dos nossos serviços e nós somos coagidos a não falar nada”, desabafou.
Segundo o profissional, a direção do Hospital 28 de Agosto está orientando os funcionários a não falarem nada sobre a situação e informar à imprensa que há material disponível.
“Isso é uma inverdade. Não temos material! Cadê as doações de álcool em gel que a empresa doou? Não aparece! Tem que fazer uma vistoria na casa desses funcionários. Infelizmente, a saúde está em colapso, está sucateada, não temos condições de serviço”, pontou o profissional.