
Conluio dos traidores com o agressor externo “não terá êxito em sua tentativa de subverter a ordem democrática e constitucional”, destacou o chanceler do Brasil
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta segunda-feira (4) que o apoio de alguns brasileiros aos ataques de Donald Trump contra o Brasil é um conluio ultrajante com forças estrangeiras para afrontar a Justiça brasileira e prejudicar a economia do país. “É uma tentativa de atacar instituições e a soberania do Brasil”, denunciou.
“Tenho enorme orgulho e sentido de responsabilidade na atual tarefa de liderar o Itamaraty na defesa da soberania brasileira de ataques orquestrados por brasileiros em conluio com forças estrangeiras. Nesse ultrajante conluio, que tem como alvo a nossa democracia, os fatos e a realidade não importam para os que se erigem em veículo antipatriótico de intervenções estrangeiras”, declarou.
Mauro Vieira afirmou ainda que “saudosistas declarados do arbítrio e amantes confessos da intervenção estrangeira não terão êxito em sua tentativa de subverter a ordem democrática e constitucional”. As afirmações do chanceler brasileiro foram dadas num evento com a presença de diplomatas nas comemorações dos 80 anos do Instituto Rio Branco. Ele defendeu ser “preciso firmeza e inteligência na defesa dos interesses brasileiros”.
Na última quarta-feira (30), o presidente americano, Donald Trump, elevou para 50% a alíquota aplicada sobre produtos brasileiros exportados para os EUA. Além disso, o governo dos EUA atacou o STF e cancelou os vistos de entrada no país de ministros da Corte. Em seguida aplicou sanções diretas contra o ministro Alexandre de Moraes.
Mauro Vieira saiu também em defesa do Poder Judiciário. Ele destacou que as instituições brasileiras “derrotaram uma tentativa de golpe militar”. “A Constituição Cidadã não está e nunca estará em qualquer mesa de negociação. Nossa soberania não é moeda de troca diante de exigências inaceitáveis”, afirmou, reforçando que é papel do Itamaraty “defender a Carta e a nossa ordem institucional”.
Segundo o chanceler, o Brasil defende o multilateralismo porque a “alternativa a ele é o arbítrio unilateral e a lei da selva”. “É para termos uma ordem internacional com sustentáculo no multilateralismo, com peso, embasamento e vigência real, que o Brasil atua por um mundo multipolar. O Brasil não pode deixar de favorecer uma redistribuição do poder global. Atuaremos, sem trégua, por uma multipolaridade”, completou Vieira.