Assim como a Fiesp já se pronunciou recentemente, os empresários do Rio de Janeiro também deram um recado aos golpistas de que não estão dispostos a embarcar no desespero bolsonarista
Não podia ser outra a reação dos empresários da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) a não ser um grande constrangimento, como relatou a colunista do jornal “O Globo, Mau Gaspar, ao destempero do provável candidato a vice na chapa de Bolsonaro, o general da reserva Walter Braga Neto, que ameaçou cancelar a eleição se as reclamações de Bolsonaro não forem atendidas.
Braga Netto teria afirmado que se não for feita a auditoria dos votos defendida pelo presidente, “não tem eleição”. A ameaça do pré-vice e Bolsonaro, que falou ainda na condição de assessor da Presidência da República, se deu na última sexta-feira (24), numa reunião com empresários fluminenses. A fala coincide com o agravamento da crise econômica, fruto do descaso do governo, e com as graves denúncias de corrupção que atingem a já desgastada administração Bolsonaro.
Acompanhado do “eficientíssimo” Eduardo Pazuello, aquele mesmo que “economizou” oxigênio e foi responsável por dezenas de mortes em Manaus, durante a pandemia, Braga Neto colheu um silêncio de reprovação ensurdecedor ao ameaçar a democracia, como se fosse ele, e não o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que determinasse as regras para a serem cumpridas na eleição.
Além da arrogância, a afirmação, cobrando auditoria dos votos, revela também um ignorância basilar do auxiliar de Bolsonaro sobre o processo de votação no Brasil. Afinal, o TSE não se cansa de informar que a eleição brasileira, além de segura, é totalmente auditável.
Assim que a extemporânea ameaça do general Braga Neto às eleições, feitas provavelmente para conseguir que o “capitão cloroquina” o indicasse para vice, vazou, ele se apressou em dizer que teria havido manipulação de sua fala e que foi “tirada do contexto”.
O fato dos empresários fluminenses terem se mantido em silêncio e, logo em seguida, a veiculação da notícia ter sido repassada para a imprensa revela que, assim como a Fiesp, que já se manifestou recentemente (leia aqui), os empresários do Rio de Janeiro também não estão dispostos a embarcar nas aventuras golpistas de Bolsonaro.
O Tribunal Superior Eleitoral, responsável, há 90 anos, pela lisura eleitoral, demostra abertura e flexibilidade, ouvindo todas as sugestões feitas por diversas instituições e entidades da sociedade, inclusive as Forças Armadas, para aumentar a segurança das eleições. Exatamente por isso, a Corte tem dado demonstrações claras de que não admite que sua autoridade seja colocada em cheque.
Nesta mesma direção, na quinta-feira( 30), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que presidirá o TSE nas eleições assegurou que todos os eleitos em outubro serão empossados, mesmo com a possível “gritaria dos descontentes” (leia aqui).
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