
O professor universitário e voluntário da organização “No More Deaths”, Scott Daniel Warren, foi preso pela “Patrulha de Fronteira dos EUA” na cidade de Ajo, Arizona, sob a acusação de fornecer comida, água e assistência médica a dois imigrantes que cruzaram a fronteira entre México e EUA.
Para Bill Waker, advogado de Warren, a prisão tem o propósito de criminalizar quem quer que preste assistência a imigrantes ou trabalhadores sem visto americano. “Nós não contrabandeamos, não ajudamos ninguém a entrar nos EUA, não fazemos nada ilegal. Este lugar, onde foram encontrados os imigrantes, está no meio do deserto. Não está escondido, está na cidade de Ajo, e tem sido usado há muito tempo para dar assistência médica, comida e água”.
Warren publicou um vídeo, dia 16, relatando a violência dos agentes da patrulha enquanto destruíam, água e suprimento destinados a salvar a vida de muitos imigrantes. No Facebook, o vídeo foi visto por mais de 18 milhões de pessoas. Embora as acusações contra Warren não mencionem o relatório, acredita-se que sua prisão foi motivada pelo vídeo, pois ocorreu 8 horas após sua publicação.
Muitos voluntários e órgãos de imprensa alternativos, afirmam que o governo Trump tem buscado silenciar críticas contra a Patrulha de Fronteira.
Durante as últimas duas décadas, de acordo com relatório publicado pelo jornal “USA Today”, pelo menos 27 mil latino-americanos, provenientes da América Central e América do Sul, morreram ao cruzar aquela fronteira. A estimativa supera em quase 400% os dados do governo, que totalizam, até dezembro de 2017, cerca de 7.216 mortes.
Warren foi liberado no dia 18 e deve ser convocado para novas audiências no próximo mês. Ele é professor associado da Faculdade de Ciências Geográficas e Planejamento Urbano da Universidade Estadual do Arizona, onde costuma palestrar sobre a crise humanitária na fronteira.
O vídeo de Warren é este: https://www.youtube.com/watch?v=vTa6KvJVypE
O portal do grupo que luta contra o morticínio de migrantes denuncia que durante este período de duas décadas foram destruídos 31.558 galões de água deixados pelos voluntários nas cercanias da fronteira norte-americana com o México, para provocar mortes dos que se arriscam na travessia.
O vídeo com a denúncia é: http://www.thedisappearedreport.org/