O empresário Arthur Cesar de Menezes Soares Filho, o Rei Arthur, um dos maiores ladrões do patrimônio público do Rio, foragido da Justiça brasileira, foi solto nos Estados Unidos horas depois de ser preso. Ele é acusado pela Lava Jato de pagar propinas para trazer a Olimpíada de 2016 para o Rio de Janeiro foi denunciado pelo presidiário Sérgio Cabral e está com o nome na lista de fugitivos da Interpol.
A primeira coisa que veio à tona com a notícia de sua soltura foi a possibilidade de que Gilmar Mendes tivesse sido acionado para libertá-lo, como Mendes costuma fazer bem com bandidos ricos, mas não. Foi alguém da própria Justiça ou da polícia americana que agiu imitando o ministro e liberou o criminoso sem nem ouvir as autoridades brasileiras.
Segundo o governo americano, Arthur Soares entrou nos Estados Unidos em setembro de 2015 como não-imigrante e não foi embora do país no período estipulado pelas autoridades. Muito estranho foi o fato do governo brasileiro não ter pedido imediatamente a extradição do bandido.
Ele é fugitivo no Brasil desde 2017. O ‘Rei Arthur’ chegou a ter R$ 3 bilhões em contratos com o governo do Rio de Janeiro. Em nota, divulgada antes de os advogados dizerem que o empresário havia sido solto, o governo americano chegou a dizer que ele estava “sob custódia à espera da deportação”.
O governo brasileiro não fez o pedido para deportá-lo. Na verdade, desde que Bolsonaro entrou no palácio do Planalto, ele vem desmontando todos os instrumentos de combate à corrupção. Praticamente acabou com o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), interferiu na Receita e na Polícia Federal e colocou debaixo do braço o ex-juiz Sérgio Moro, atual ministro da Justiça, a quem caberia pedir a deportação ou a extradição do prisioneiro.
A polícia americana demonstrou total desprezo pelas autoridades brasileiras. Afinal, o prisioneiro é um fugitivo com nome na lista da procurados da Interpol. A polícia e a Justiça americanas simplesmente soltaram o ladrão. E o Rei Arthur poderá seguir usufruindo da vida nababesca que leva nos EUA com o dinheiro roubado dos cofres do estado do Rio de Janeiro.
“Nós podemos dizer, com certeza, que ele está usufruindo do dinheiro que ele tirou dos cofres públicos brasileiros, dos cofres públicos da sociedade carioca, e que o cidadão carioca deixou de ter um serviço pra que ele pudesse desfrutar da sua Maserati”, explicou explicou o procurador da República Stanley Valeriano.
A prisão, segundo a polícia americana, foi feita por agentes da imigração, pelo fato de Arthur Soares estar sem o visto. Faltariam alguns documentos para provar que ele tinha o visto de permanência nos EUA. Em nota, a defesa afirmou que houve um “equívoco burocrático” que foi “devidamente sanado”.
“Arthur Soares se encontra em casa”, diz o texto, negando que Arthur seja “foragido”. Certamente deve ser protocolo da polícia americana checar a lista da Interpol antes de liberar um foragido internacional. Este episódio mostra bem o poder de “convencimento” de um bandido, desde que ele seja um milionário.
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