Amorim alerta para risco de agressão dos EUA à Venezuela, mas defende “otimismo”

Assessor da Presidência e ex-chanceler, embaixador Celso Amorim (Foto: Fabio-Rodrigues Pozzebom - Agência Brasil)

O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim afirmou que não seria realista descartar intervenção militar dos Estados Unidos na Venezuela, diante da escalada de tensões na região, mas pediu que “sejamos otimistas”.

Em entrevista à CNN Brasil, Amorim destacou, no entanto, que as ameaças de Washington costumam ser usadas como instrumento de pressão diplomática.

“Seria muita ingenuidade dizer que isso não pode ocorrer, mas a experiência mostra que a ameaça chega ao extremo antes de uma negociação. Sejamos otimistas”, afirmou o ex-chanceler.

A declaração veio após o presidente Donald Trump autorizar a CIA a realizar operações ilegais na Venezuela, para derrubar o presidente Nicolás Maduro, sob o pretexto de combater o narcotráfico.

BRASIL ADOTA POSTURA VIGILANTE NA FRONTEIRA

O governo brasileiro mantém tropas mobilizadas em Roraima, em alerta diante da postura beligerante e agressiva contra o país vizinho.

A região é considerada estratégica pela proximidade geográfica e pela possibilidade de novos fluxos migratórios caso a crise se agrave.

MADURO DENUNCIA “GOLPE ORQUESTRADO”

Em Caracas, o presidente Nicolás Maduro reagiu às ações dos Estados Unidos. Ele acusa a CIA de promover “golpes orquestrados” contra o governo venezuelano.

Em discurso público, pediu apoio ao povo americano:

“Quero dizer ao povo dos Estados Unidos: não à guerra. Não queremos uma guerra no Caribe ou na América do Sul.”

Até o momento, o Departamento de Estado americano não se pronunciou sobre as declarações do governo de Caracas.

OFENSIVA MILITAR DOS EUA CRESCE NO CARIBE

Segundo o jornal The New York Times e o canal RT, Trump autorizou ações “letais” da CIA contra o alto escalão do governo venezuelano. Nas últimas semanas, os EUA intensificaram operações no Mar do Caribe, sob a alegação de combate ao narcotráfico.

Houve 5 ataques a embarcações venezuelanas, que deixaram ao menos 27 mortos, segundo Caracas, que classificou as ações como tentativa de mudança de regime.

Atualmente, os EUA mantêm 8 navios de guerra, 4 mil fuzileiros navais e 1 submarino nuclear próximos à costa venezuelana. Trump declarou que as operações têm sido “tão eficazes” que “não há mais barcos” na região.

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