O assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, embaixador Celso Amorim, cobrou, através de telefonema neste sábado (4), do conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, a não inclusão “do Brasil” na lista de países autorizados a retirar seus cidadãos da Faixa de Gaza pela passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, em razão das contínuas agressões do governo de Israel aos palestinos na Faixa de Gaza.
O governo norte-americano de Joe Biden é um dos principais aliados de Israel na guerra contra o Hamas que já matou milhares de palestinos inocentes e o objetivo de Amorim, frisou fonte do jornal O Globo, é de que a indignação do Brasil chegue ao governo nazifascista de Benjamin Netanyahu.
Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores, expressou a preocupação do governo Lula pelo fato do Brasil não estar contemplado nas relações de nomes que são divulgadas diariamente sobre pessoas autorizadas a sair da Faixa de Gaza através da fronteira com o Egito.
Amorim, em seu contato, de acordo com a reportagem, também alertou o conselheiro norte-americano sobre eventual ataque das forças militares israelenses a um grupo de 34 brasileiros situados entre as cidades de Rafah e Khan Younes, o que acarretaria “enorme efeito negativo”.
Simultaneamente ao telefonema, a Embaixada de Israel em Brasília emitiu uma nota tentando responsabilizar o Hamas pela demora na inclusão dessas 34 pessoas, integrado por brasileiros, palestinos residentes no Brasil e seus parentes, na lista de autorizados a deixarem Gaza.
Uma nova e quarta lista de estrangeiros autorizados a deixar a Faixa de Gaza foi divulgada neste sábado.
Agora, um total de 599 pessoas receberam permissão para deixar a região, que está sob ataques do governo israelense, mas o grupo de brasileiros na área não foi incluído nesta lista, motivo do telefonema de Amorim a Sullivan.
Já o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, manteve novas conversas com autoridades de Israel, Egito, Reino Unido e Irã. O objetivo dos contatos foi a busca de garantias de que os brasileiros retidos em Gaza possam ser repatriados.
“É CADA DIA PIOR QUE O OUTRO”
Neste domingo (5), não houve nova lista de nacionalidades autorizadas a deixarem a Faixa de Gaza, informou o embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas.
O comerciante Hasan Rabee relatou ao site UOL a situação crítica que passa o grupo de 34 brasileiros à espera do dia de deixar a Faixa de Gaza.
Ele conta que os brasileiros estão sem água, energia, combustível e gás de cozinha. Hasan diz que o sentimento é de “destruição” após a suspensão da nova lista com autorizações para sair do território de Gaza.
“A gente está destruído. É cada dia pior do que o outro. A gente come uma vez por dia, não tem gás de cozinha. As coisas estão complicadas. Não temos água encanada, nem energia”, disse o comerciante.