Se confirmada, a atitude está sendo vista como um contragolpe às movimentações de Aécio Neves contra o resultado das prévias. Rodrigo Garcia entregou cargo de Secretário de Doria
“Não faço imposição do meu nome, pelo contrário. Não parto do pressuposto de que tem que ser eu. É preciso ter grandeza e espírito elevado”, disse o governador João Doria (PSDB) na quarta-feira (30), sinalizando a uma plateia de amigos, empresários, aliados e secretários que está desistindo da disputa presidencial e vai permanecer no Bandeirantes.
Esta decisão do governador, tomada a alguns dias do prazo de desincompatibilização para a disputa ao Planalto, está sendo interpretada como um contragolpe de Doria ao movimento interno do PSDB, liderado por Aécio Neves (MG), de não respeitar as prévias do partido, vencida por Doria e indicar a candidatura de Eduardo Leite (RS), derrotado na disputa interna.
A decisão sinaliza a possibilidade de que Doria se mantenha no cargo e venha a disputar a reeleição para o governo de São Paulo. Sem ser consultado sobre a decisão, o vice-governador, Rodrigo Garcia, decidiu entregar o cargo de secretário de governo de Doria.
Doria cancelou dois eventos que teria nesta manhã. Ele avisou a seus aliados que irá anunciar a desfiliação do PSDB e acusar caciques do partido, Aécio Neves (MG) à frente, de o terem traído e forçado sua decisão.
A decisão final, se Doria vai permanecer ou não no governo deverá ser tomada somente durante a tarde desta quinta-feira (31). Se for confirmada sua permanência, Rodrigo deverá sair da Secretaria.
A demissão de Garcia da Secretaria de Governo, se consumada, o transformará num vice-governador decorativo. A pressão sobre Doria para não romper o acordo com Garcia está grande.